José Osmando

Coluna do jornalista José Osmando - Brasil em Pauta

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Mesmo baixando ritmo de queda na Selic, Copom eleva crescimento do PIB

O órgão do Banco Central não fugiu à realidade de que a economia brasileira está seguindo em bom caminho.

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Em meio a tantas notícias alarmantes vindas dos Rio Grande do Sul, onde enchentes grandiosas – as maiores da história-, estão causando mortes humanas e animais, muita destruição material, e carregando o cenário econômico de enormes preocupações, sobretudo pela perda de lavouras, o COPOM (Comitê de Política Monetária do BC), chegou reafirmando o bom desempenho do Brasil, elevando o crescimento do PIB para 2,09%, ante previsão anterior no próprio relatório Mercado Focus, de 2,05% em 2024.

O anúncio de elevação da estimativa do PIB vem uma semana depois de o próprio COPOM haver interrompido o nível de queda da taxa Selic, de 0,50% (como fez durante seis sessões), para 0.25%. Mesmo expressando posicionamento político ao fixar a taxa no último dia 8, o órgão do Banco Central não fugiu à realidade de que a economia brasileira está seguindo em bom caminho.

Essa revelação do Focus, que reflete sentimento do mercado, vem na esteira de outras manifestações positivas sobre a economia brasileira, como a projeção feita no final e abril pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que revisou o crescimento econômico do país, elevando o PIB para 1,9% neste ano, e 2,1% em 2025. Na sua avaliação, a OCDE destaca que o aumento salarial e a criação de empregos “estão ocorrendo de maneira acelerada.” Avalia esse organismo internacional que os fatores que impulsionam o crescimento da economia brasileira são, fundamentalmente, o consumo das famílias.

Banco Central do Brasil em Brasília (Foto: Divulgação)

O relatório da OCDE aponta que a economia brasileira, que teve desaceleração registrada no segundo semestre de 2023, em contraposição ao robusto crescimento dos primeiros meses do ano passado, indica uma recuperação gradual nesses primeiros meses de 2024, com as vendas no varejo recuperando-se de forma expressiva em janeiro e fevereiro, sob influência de inflação mais baixa e por melhorias no mercado de crédito e de trabalho.

Registra, também, que o setor de serviços teve crescimento significativo no início do ano, e o mercado de trabalho permanece robusto, com taxa de desemprego de 7,6% em fevereiro, praticamente metade dos 15% registrados em meados de 2021, além do que, o emprego e a folha de pagamento das empresas estão em crescimento.

A previsão da OCDE é de que a inflação, que atingiu uma média de 4,6% em 2023, deverá diminuir para 4% em 2024 e 3,3% em 2025. O risco que o Brasil sofre vem do temor de uma mudança negativa nesses cenários satisfatórios de hoje, decorrentes quase que exclusivamente de fatores externos, como as tensões geopolíticas prevalentes, na África, Oriente Médio, Ásia e entre Rússia e Ucrânia, ou de tragédias geradas pelos desequilíbrios climáticos, que têm larga influência nos setores produtivos, especialmente no setor rural.

Fatores locais, mas gerados por eventos climáticos, como os que se registram neste momento no Rio Grande do Sul, podem trazer resultados e consequências danosas à economia, provocando redução na produção, desabastecimento e aumento de preços. Conforme levantamento colhido e divulgado pela Confederação Nacional de Municípios, as enchentes do Rio Grande já apontam para um prejuízo da ordem de R$ 1,1 bilhão apenas na agricultura, mas esse volume de perdas pode ser bem maior, pois dezenas de municípios não conseguiram ainda contabilizar os prejuízos.

Nesse caso, as tragédias gaúchas podem afetar abastecimento e trazer elevação de preços na produção de alguns itens de consumo direto pela população, a exemplo de arroz (pois o Rio Grande responde por 70% da produção nacional), carne, de frango e porco, especialmente. No caso de frangos, os gaúchos respondem por 11% da produção brasileira; na produção de carne suína, por 20% de tudo que o Brasil produz.



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