Carioca vence barreira do preconceito e é primeiro 'sereio' no país

Youtuber,Davi Sereio,como gosta de se identificar, viralizou na web

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"É uma forma de arte, é amar o mar", definiu Davi Moreira, um sereio das praias cariocas. Aos 22 anos, o jovem de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, exibe orgulhoso as caudas inspiradas nos famosos seres mitológicos e faz sucesso nas redes sociais defendendo um estilo de vida que a cada ano vem ganhando novos adeptos: o sereismo. 

Youtuber, Davi Sereio, como gosta de se identificar, viralizou após aparecer em vídeo em março de 2016 e passou, desde então, a ser chamado para fazer presença em baladas e festas na piscina. "Sereia encontrada nadando em praia do Rio de Janeiro", instigava a gravação registrada por próprios amigos do moreno, e que já alcançou mais de um milhão de vizualiações. 

"Por causa dos meus vídeos as pessoas começaram a me chamar para animar festa como pool party. Eu ficava nadando com a Cauda. Em alguns shows eu cantava e animava com músicas pop, como da Inês Brasil e Mc Pepita", contou Davi ao portal da RedeTV!. 

A paixão por sereias e seu mundo mágico é antiga e a proximidade com o mar herança dos passeios ao lado do pai. "Meu pai era pescador por hobby. Foi ele quem me ensinou a nadar. Isso me aproximou do mar", confessou o sereio, completando: "Eu sempre quis ter uma cauda, era minha fantasia de criança porque eu era apaixonado pela Ariel. Foi a paixão pela Pequena Sereia da Disney, por esse mundo de conto de fadas, de fantasia, que me trouxe pro sereismo. Eu também comprei um livro da [escritora] Mirella Ferraz e conheci o trabalho dela, descobri que ela também fazia sereismo" 

O preconceito e aceitação pessoal

Se lançar ao mar com uma longa cauda pode ser perigoso e já foi motivo de preocupação e discórdia na família de Davi. "Quando eu vou para o mar eu sempre peço proteção a Deus. Nadar com uma cauda em alto mar é perigoso. Minha mãe todos os dias ora, ela fica com o coração apertado", contou.

De origem cristã, o jovem confessou também que a aceitação dos pais veio ao longo dos anos e que a vontade de se vestir como uma sereia gerou questionamentos sobre sua identificação de gênero. "Minha mãe achava que eu queria ser mulher, que eu queria mudar meu gênero, mas não é isso. O sereismo é um estilo de vida, é um sentimento. É você respeitar a natureza, amar o mar e se sentir bem no mar. Eu estou no meio termo [entre tritão e sereia]. Eu não quero ter gênero, não quero que seja algo sexual. Sereia é uma forma de arte. Eu quero apenas que as pessoas entendam que a minha forma de amar o mar é diferente", explicou Davi.

Fugindo da lógica das representações tradicionais que caracterizam o ser mitológico como femininos e com longas madeixas, o Sereio descontrói o padrão e garante que não se abala com apontamentos negativos e preconceito.

"Eu excluo comentários ruins. Finjo que não os vejo, que não os escuto. As pessoas riem, acham engraçadinho, algo meio tosco. Mas eu não ligo para isso. Por que um surfista pode levar uma prancha, pessoas podem levar barcos e um colchão d'água para a praia e eu não posso levar uma calda de sereia?" , disparou. 

Apaixonado pela princesa dos mares da Disney, Davi, que é estudante de Artes Cênicas, produziu uma refilmagem de Ariel na qual defendeu orgulhoso a bandeira da aceitação pessoal. "A gente não precisa mudar como a Ariel mudou para ter pernas. A gente não precisa mudar para ter quem a gente ama", completou.



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