Filme perdido com Torquato Neto é transformado em quadrinhos

“Adão e Eva - do Paraíso ao consumo” foi gravado de forma alternativa, em Super 8

Filme perdido de Torquato | Divulgação
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Em 1972, um grupo formado por Torquato Neto, Carlos Galvão, Edmar Oliveira, Arnaldo Albuquerque, Claudete Dias, Antonio Noronha, realizou um filme chamado “Adão e Eva – Do Paraíso ao consumo”, gravado de forma bem alternativa, em Super 8. Mas esse filme acabou se perdendo. Foi exibido apenas na casa de algumas pessoas. Torquato Neto é o protagonista.

Vinte e cinco anos depois, em 1997, o Carlos Galvão, que foi um dos diretores, quis refazer esse mesmo filme com a participação de outros atores. Para isso foi construído um storyboard, que são desenhos mostrando quadro a quadro com tudo deveria ser filmado, com se desenrolaria a história. Na verdade, era como Carlos Galvão se lembrava de como se dava a história, já que tudo havia se perdido.

“Esse storyboard acabou caindo em minhas mãos. Quem me entregou foi o próprio Arnaldo Albuquerque (já falecido), que é o pioneiro na produção de história em quadrinhos do Piauí. Depois encontrei com o Aristides Oliveira e o Jaislam Monteiro, dois colegas professores de história, mostrei pra eles, e de imediato disseram que esse material deveria ser publicado, afinal trata-se de um documento histórico”, lembra o quadrinhista piauiense Bernardo Aurélio.

A partir daí tomou-se a decisão de construir o projeto como ele se encontra hoje, ou seja, o filme “Adão e Eva: Do consumo ao paraíso” foi transformado em uma história em quadrinhos” pelas mãos do próprio Bernardo Aurélio. “Fizemos também entrevistas com o Edmar Oliveira, o psiquiatra que participou do filme, e com o Carlos Galvão, diretor do curta.

A história em quadrinhos possui 18 páginas. Além disso, como espécie de extra, o material tem ainda outra HQ que mostra como Arnaldo Albuquerque fazia suas gravações. Ao final, a revista, após a edição, deve ficar com cerca de 80 páginas, contendo as duas HQs, as entrevistas com os realizadores do filme e o próprio storyboard. “A ideia é que essa revista seja uma fonte de pesquisa, mostrando um pouco de como funcionava a contracultura aqui no Piauí nos anos 70”, destaca.

O projeto está no site de financiamento coletivo “Catarse” (https://www.catarse.me/adao_e_eva_do_paraiso_ao_consumo_9030?project_id=90156). Qualquer pessoa pode acessar e ajudar a tornar a revista uma realidade apoiando o projeto. Até o momento 24 pessoas já deram o apoio, o que corresponde a cerca de mil reais. No entanto, a meta é de quase R$ 6 mil, recursos necessários para produção, impressão e lançamento do material.

Torquato Neto foi um poeta, jornalista e letrista ligado contracultura e ao Tropicalismo. Nasceu em 1944 e morreu em novembro 1972. Aos 16 anos foi morar em Salvador, onde foi contemporâneo de artistas como Gilberto Gil, Caetano Veloso e outros, idealizadores da tropicália.



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