Figurantes ganham até R$ 200 para participarem de programas do SBT e Rede TV!

Há quatro anos trabalhando como figurante, Maria Andréia, 26 anos, já participou duas vezes do “Casos de Família”, do SBT, e uma do “Você na TV”, da RedeTV!, apresentando três temas diferentes

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Marido que troca a mulher por outra ou outro, filhos que atrapalham a relação do casal, mulher que desconfia da fidelidade do marido e segredos no relacionamento. Ninguém duvida que as histórias contadas em programas como "Casos de Família", "Você na TV" e "Teste de Fidelidade" acontecem com qualquer um, mas uma pergunta que sempre vem à tona dos espectadores é: "As pessoas que aparecem na TV estão mesmo contando a verdade ou é tudo encenação?"

Há quatro anos trabalhando como figurante, Maria Andréia, 26 anos, já participou duas vezes do "Casos de Família", do SBT, e uma do "Você na TV", da RedeTV!, apresentando três temas diferentes. "Criei uma história ['Os filhos atrapalham nosso relacionamento'] com um amigo e resolvemos participar do 'Casos de Família'. Ligamos para o produtor e contamos todo o caso. Ele acreditou, chamou a gente para a entrevista com o psicólogo e fomos aprovados. Ninguém foi à minha casa checar", contou ela, que disse ser casada na entrevista.

"As histórias são reais, mas no meu caso, a gente inventou. E criamos tão bem que o psicólogo não desconfiou", afirmou Andréia, que classificou como rigorosa a seleção da atração. Após um ano de sua participação no "Casos", Andréia resolveu criar uma nova narrativa e contou com a ajuda de dois amigos atores. Ela passou novamente pela seleção, entretanto, a emissora chamou atenção do público ao exibir os dois casos com a figurante na mesma semana, como noticiou o crítico Mauricio Stycer.

Ela se defende: "O erro foi do SBT, que exibiu o caso de 2014 na mesma semana em que reprisaram o caso de 2013. Ou seja, apareci duas vezes na mesma semana". Para cada episódio, Andréia recebeu R$ 100 de cachê.

No caso do "Você na TV", a jovem é mais direta: "Esse é inventado desde a produção". "Cheguei à emissora e conheci o figurante que seria o meu namorado. No camarim, a produtora perguntou: 'Qual segredo é bom para vocês'? O menino comentou que jogava futebol e sugerimos que a história seria a ida dele para o exterior e, consequentemente, o fim do nosso namoro", contou ela. Segundo a figurante, existe um sistema de cadastro na emissora que dificulta uma pessoa participar mais de uma vez da atração. O cachê também foi de R$ 100.

Com o sonho de se tornar atriz ou produtora, a jovem de Ferraz de Vasconcellos, município de São Paulo, não se importa com a disputa verdade x ficção. "Gosto de atuar, da área de televisão, do improviso. Participo porque me divirto, é legal. As pessoas me reconhecem nas ruas". Sem emprego fixo, ela já chegou a faturar R$ 2 mil com figuração, com participações em programas televisivos, filmes e novelas.

A reportagem entrou em contato com o diretor do "Casos de Família", Rafael Bello Lopez, mas ele não não atendeu ao pedido de entrevista. O diretor do "Teste de Fidelidade", da RedeTV!, Rafael Paladia afirma que os personagens não são figurantes, apesar de o intuito ser o divertimento. "É entretenimento assim como o 'Big Brother Brasil', fazemos uma brincadeira em cima da realidade. Mas nossa intenção não é acabar com nenhum relacionamento. A reação da mulher no palco é real. Todos os casais são verdadeiros", afirmou. Ele também confirmou o pagamento de cachê para atrair as "vítimas". "

O cachê é o que faz a gente convencer o traidor a ir ao palco encontrar a esposa traída. Os dois recebem o dinheiro", disse, sem revelar a quantia.

"Enquanto o marido aparece se divertindo com a sedutora, uma das produtoras orienta você [a traída] a gritar, se comover. O rapaz que gravou comigo é meu amigo, pedi para minha amiga emprestar o marido dela para mim", completou. Segundo ela, o cachê pago pela emissora é de R$ 200. A figurante disse não se importar com as fantasias dos programas e, além do dinheiro, considera como maior atrativo o "aparecer na TV". "Televisão é ilusão, o povo quer ver isso. A TV precisa de histórias, assim como o teatro, os filmes, as novelas. É entretenimento. Na verdade, as histórias são reais, mas as vítimas não querem se expor, então os figurantes expõem o que acontece na realidade", analisou. "A mulher que foi corna não está preparada para estar no palco e mostrar seus sentimentos. Faz parte do mundo televisivo a ilusão", concluiu.



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