Atletas piauienses se preparam para competições de tênis de mesa

“Em cinco anos teremos atletas de nível nacional”, diz treinador

Atletas | Victor Gabriel
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Há um ano e meio uma ampla sala na escola municipal Nossa Senhora da Paz, na zona sul de Teresina, vem abrigando um sonho: formar campeões no tênis de mesa. Com 30 alunos fixos na faixa dos oito a 17 anos, o presidente da Federação Piauiense de Tênis de Mesa, Jadelson Ribeiro, segue um planejamento rígido para que, em poucos anos, o estado possa ter atletas de renome no esporte.

E para que isso aconteça é fundamental disputar competições, dando experiência aos garotos e garotas que abraçaram a modalidade. Em setembro, atletas que treinam na escola municipal representaram o Piauí na etapa de 12 a 14 anos dos Jogos Escolares da Juventude, em Londrina-PR.

Nas duplas femininas o Piaui ficou em 14º, e em 11º no masculino. Por equipes, no masculino o estado obteve o 19º lugar e o 23º no feminino. Marcos Victor Silva ficou em 27º lugar no individual masculino (que contou com 51 atletas inscritos). Já no individual feminino Clarielle Ferreira (também da escola Nossa Senhora da Paz) alcançou o 21º Lugar, enquanto o 25º lugar ficou com Thais Alves.

Foi a segunda vez que Marcos Vítor, de 14 anos, disputou os jogos escolares. "Acredito que fui bem, competi com os melhores atletas do Brasil. Inclusive joguei com o mesatenista que ficou em segundo lugar na competição, Gustavo Miúra. É muito bom poder representar meu estado", diz o garoto.

Agora, o alvo da turma do tênis de mesa é a etapa de 15 a 17 anos, que será realizada no próximo dia 06 de novembro, em João Pessoa/PB. Flávio Oliveira, de 15 anos, é um dos mesatenistas que participarão da competição. "Minha expectativa é de um bom torneio. Treinei muito, e espero trazer medalhas", diz o jovem atleta.

Método europeu é utilizado no treinamento


Além de presidente da federação, Jadelson é um apaixonado pelo tênis de mesa. Por isso vem lutando por uma maior divulgação do esporte localmente - o que vem se refletindo em benefícios até mesmo em sua vida pessoal. "Quero trazer uma oficina de árbitros - nível 1. Para tanto, estou fazendo um trabalho junto aos estudantes de educação física, divulgando essa necessidade de formarmos árbitros desse esporte. E por falar nisso, eu mesmo voltei a estudar por conta do tênis de mesa. Estou cursando educação física, para buscar aprimoramento", disse ele, que divide-se entre o trabalho em uma empresa de transporte urbano e o acompanhamento dos atletas.

A já mencionada faixa de idade (oito a 17 anos) dos alunos do projeto é um ponto que pode ser aprimorado, segundo ele. "O ideal é baixar essa idade ao máximo que conseguirmos. Porque se pegarmos uma criança de cinco anos para começar, por exemplo, quando ela chegar à idade exigida nos jogos escolares (11-12 anos) esse atleta já terá seis anos de tênis de mesa. E a CBTM só pega atletas até 11 anos para as seleções", argumenta.

Jadelson explica que há duas vertentes distintas no ensino do tênis de mesa: o método chinês e o europeu - sendo que este último é que é o aplicado localmente. Mas quais as diferenças entre os dois? "O modelo chinês é muito rígido. O professor acompanha o aluno com uma varinha de bambu na mão. Quando o atleta erra um movimento, ele bate com a varinha do braço do mesatenista. Ou seja, é muito cruel, e não podemos fazer isso".

O resultado disso é um domínio total dos chineses sobre o tênis de mesa no mundo. Nos últimos jogos olímpicos (Londres 2012), o país obteve quatro medalhas de ouro e duas de prata, o melhor disparado entre todos. A hegemonia é tão grande que mudanças estão sendo implementadas no esporte para tentar nivelar a situação. "A bolinha deixará de ser produzida em celulose para ser fabricada exclusivamente em plástico. Terá menos efeito e menor velocidade", explica Jadelson.

Já o modelo europeu é uma abordagem que utiliza muito a força, e é um treinamento mais relaxado. "Enquanto os chineses focam mais na técnica, os europeus valorizam um pouco mais a força. Essa forma de trabalhar vem nos permitindo alcançar alguns resultados", diz Jadelson.

Questionado sobre o contexto de trabalhar em um bairro muitas vezes marcado por notícias ligadas à violência, o treinador desmistifica a questão. "Eu mesmo tinha um certo preconceito com relação ao bairro, mas hoje já me sinto completamente integrado e respeitado pela sociedade. As periferias de Teresina tem inúmeros talentos, é só dar a oportunidade. Basta ter vontade de fazer, que os resultados aparecem. Garanto que, daqui a cinco anos, teremos atletas de nível nacional".



Fotos: Victor Gabriel

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