População sofre com a poluição causada pela Estrada de Ferro Carajá

População sofre com a poluição causada pela Estrada de Ferro Carajá

Poluição em residencia | Foto: TV Mirante
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Os trens carregados de minério de ferro passam há trinta e dois anos em Pequiá de Baixo – zona industrial de Açailândia, no sudoeste do Maranhão. Cerca de 230 famílias moram confinadas entre a ferrovia e o polo siderúrgico que utiliza minério ferro - fornecido pela companhia Vale para a produção de ferro gusa, matéria prima do aço.

Além dos problemas com o barulho do trem, os moradores precisam conviver com a poluição e sujeira causada durante o transporte da carga. Por isso a mineradora já foi denunciada junto a organismos internacionais como corresponsável pela má qualidade do ar e do ruído em Pequiá de Baixo. O vilarejo já é conhecido como a Cubatão da Amazônia Brasileira. A Cubatão da Baixada Santista é hoje um exemplo ambiental, mas já foi a cidade mais poluída do mundo.

“Tá dormindo, a buzinona liga ali que o cabra falta é cair da cama no chão. Que a buzina do trem sabe como é que é, né? É um trem. Incomoda muito. Incomoda. Pra mim incomoda. Às vezes eu tenho até medo assim de ter um infarto, né, porque quem trabalha num serviço que eu trabalho... Aí quando se espanta ele mete a cara aí, ó”, afirmou o metalúrgico José de Ribamar.

Ativistas da ONG Justiça nos Trilhos já estiveram na Europa e Estados Unidos em busca de solidariedade internacional. “internacionalmente nós temos muitos parceiros que nos ajudam nessa luta. A gente teve uma turnê na Europa, onde nós estivemos na Suíça, a gente esteve na ONU, onde nós encontramos os relatores especiais e com a missão permanente do Brasil na ONU. Foi uma articulação entre esses grupos, onde a gente levou as denuncias das demandas que estavam acontecendo dentro da comunidade”, disse Joselma Alves de Oliveira, ativista da ONG.

Miguel Arcanjo mora com a mulher e filhos ao lado de duas siderúrgicas e assim como a maioria dos vizinhos, teve que improvisar uma proteção contra a sujeira que vem no ar pra dentro de casa. Basta um corte na lona e a poluição derrama em cascata na sala. “A poluição é muita. Muita, muita, muita, mesmo. Aí se não colocar é desse jeito que você tá vendo aqui, ó? Todo cheio aqui. É só o puro, ó?, lamentou o morador.

É tanta sujeira acumulada dentro de casa que dá pra juntar com as mãos. A contaminação também cobre os móveis e eletrodomésticos.

A Vale informou ainda que atua com responsabilidade social e ambiental e trabalha para manter o ruído das operações e obras, sob controle. A buzina dos trens, segundo a empresa, faz parte das medidas para garantir a segurança das operações e das comunidades próximas.

A empresa também alega que para manter a qualidade do ar em Pequiá de Baixo, mantém contratos de limpeza e aspersão de suas áreas o dia todo, e que utiliza uma rede de monitoramento do ar em Pequiá.

O presidente do Sindicato Das Indústrias de Ferro Gusa do Maranhão (Sifema), informou que vem atuando com à comunidade de Pequiá, em Açailândia, e que doou um terreno, no valor de R$ 2 milhões, para reassentar as famílias da região, além de custear um projeto que proporcionará a construção de casas, além de outras obras de infraestrutura na região. O sindicato afirmou ainda que as indústrias instalaram filtros para melhorar a qualidade do ar no polo siderúrgico.



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