80 travestis ou trans disputam cargos nas eleições do Brasil

83 disputam um cargo como vereador e duas como prefeitas.

|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Dos 496.896 candidatos nas eleições municipais, apenas 85 são travestis ou transexuais, o equivalente a menos de 0,02%, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e levantamento da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) e da Rede Nacional de Pessoas Trans (Redetrans). Desses candidatos, 83 disputam um cargo como vereador e duas como prefeitas, ambas pelo PSOL. São elas Thifany Felix, em Caraguatatuba (SP) e Samara Braga, em Alagoinhas (BA), cidade do deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), único parlamentar declaradamente gay da atual legislatura.

Com curso superior incompleto, Samara Braga gastou R$ 1.600, sendo R$ 900 de doação de pessoa física e R$ 700 do partido, de acordo com o TSE.  O programa de governo de Samara tem um tom voltado para questões nacionais, contra os ajustes propostos pelo governo de Michel Temer em relação a diretos trabalhistas e privatizações. A candidata também defende a desmilitarização da polícia, criminalização da LGBTfobia e a legalização das drogas, apesar de os temas não serem atribuições da prefeitura.

No interior de São Paulo, a cabeleireira com ensino médio completo Thifany Felix gastou R$ 2 mil na campanha, tudo do próprio bolso, segundo o TSE. No plano de governo para o município de 55 mil habitantes, está a promoção de uma cidade "justa, responsável, inclusiva, sustentável e de oportunidades igualitárias para todos".

A candidata promete capacitação dos profissionais da saúde em relação à temática da diversidade sexual, assim como o respeito ao nome social de pessoas trans e travestis, acesso à hormonioterapia e mudança de nome das pessoas trans e travestis e incentivo de representantes de LGBTs nos conselhos gestores das unidades de saúde.

O TSE não contabiliza dados de candidatos trans. A declaração de gênero no registro de candidatura precisa ser feita de acordo com os documentos do candidato. O nome social para propaganda e para urna é permitido, uma vez que o nome fantasia é permitido para todos, independentemente do gênero.

Os levantamentos são feitos por entidades, como a ANTRA e a Redetrans.

"Esses dados não são mensurados apenas por região e por coloração partidárias; esses dados são reações exatas de como se pode iniciar a mudança que uma população almeja. Só adentrando a disputa de corpo e alma é que vislumbram uma forma de defender a vida e o respeito à morte, mesmo depois de assassinados", diz texto assinado por Keila Simpson Sousa, presidente da ANTRA e Sayonara Nogueira e Secretária da Redetrans.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES