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Atos para depoimento de Lula têm início e esperam 50 mil pessoas

A mobilização faz parte da Jornada de Lutas pela Democracia

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Começaram na manhã desta terça-feira (9) as atividades da Frente Brasil Popular, que congrega movimentos em favor de Lula. Cerca de 1,5 mil trabalhadores rurais sem-terra de todo o Paraná se reuniram no início da manhã na BR 277, no sentido Curitiba – Campo Largo, Região Metropolitana, onde há um memorial em homenagem ao agricultor sem-terra Antônio Tavares Pereira, morto por policiais há 17 anos.

A mobilização faz parte da Jornada de Lutas pela Democracia, como é chamado o evento de dois dias, organizado por movimentos sociais, na ocasião da vinda do ex-presidente Lula a Curitiba nesta quarta-feira (10), para prestar depoimento no âmbito da operação Lava Jato.

A Frente Brasil Popular, que congrega 40 entidades, confirma mais de 700 ônibus com caravanas de várias regiões do Brasil e estima que 50 mil pessoas participarão da Jornada.

Visitantes já estão acampados em um terreno atrás da Rodoferroviária de Curitiba – uma área da União – no bairro Jardim Botânico, desde a noite de segunda-feira (8).A maior parte dos eventos, porém, será na Praça Santos Andrade, ponto tradicional de protestos na cidade, às 18h desta quarta-feira (10).

Uma ordem judicial, a pedido da prefeitura de Curitiba, havia proibido acampamentos em ruas e praças da capital, decisão da qual a Defensoria Pública do Paraná recorreu primeiro ao TJ-PR (Tribunal de Justiça do Paraná) e, depois, ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), mas a questão foi resolvida em negociação com as autoridades. O terreno da rodoferroviária, onde está o acampamento, pertence à União.

A Frente Brasil Popular anunciou que Lula estaria em um “ato político” às 18h desta quarta-feira, após o depoimento, mas o grupo informou que a presença do petista ainda não está confirmada. “Depende da vontade e disponibilidade do ex-presidente”.

Os demais atos incluem um debate jurídico na reitoria da UFPR (Universidade Federal do Paraná), uma vigília interreligiosa e uma “aula pública sobre os alcances e limites da Lava Jato”.

INCERTEZAS

Embora o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda tente, nos tribunais, adiar seu depoimento ao juiz Sérgio Moro, todos os preparativos para receber o petista estão a pleno vapor.

No final da tarde de segunda (8) as autoridades de segurança definiram os locais onde devem se concentrar os grupos contra e a favor do petista em Curitiba, e terminaram de cadastrar os milhares de moradores que terão acesso ao perímetro da sede da Justiça Federal do Paraná – um raio de 150 metros do prédio.Tudo pode ser desfeito se o TRF4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), em Porto Alegre, acatar um pedido da defesa de Lula para suspender o depoimento.

Segundo o advogado Cristiano Zanin Martins, a defesa só teve no último dia 2 o acesso a cerca de 5 mil documentos da Petrobras que a acusação possui desde o início do processo, o que fere a “paridade de armas”, segundo Martins.

A defesa pede “suspensão do processo e, ao final, a concessão da ordem para que seja concedido prazo razoável para a análise dos documentos”.O próprio Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff já acertaram sua chegada a Curitiba para esta quarta-feira de manhã.

Segundo a Sesp-PR (Secretaria de Segurança Pública do Paraná), Lula viajará em um avião privado e Dilma em um voo comercial, às 10h, para o qual pediu prioridade no desembarque. A tendência é que ambos saiam juntos do aeroporto Afonso Pena, na região metropolitana da capital.

SEM FILMAGENS

O juiz Sérgio Moro negou nessa segunda o pedido que a defesa de Lula fez para filmar por conta própria a audiência, alegando que as imagens oficiais focam apenas o réu, “apresentado ao público em geral de forma inferiorizada”.

Segundo Moro, a imagem oficial não traz prejuízo – já que as testemunhas são filmadas da mesma forma –, e Lula e sua defesa “pretendem transformar um ato normal do processo penal, o interrogatório, em um evento político-partidário”. Moro concedeu apenas que, além da câmera frontal, haja uma filmagem lateral “que retratará a sala de audiência com um ângulo mais amplo.

Para os advogados de Lula, Moro quer “tolher de forma arbitrária a prerrogativa dos advogados de gravar a audiência” e que “comete erro gravíssimo ao declarar que o cliente e sua defesa chamaram manifestantes”.



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