Casos de sífilis congênita crescem 33,43% no estado do Rio em 11 anos

O teste VDRL, que identifica a doença, faz parte da rotina do pré-natal de toda gestante

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Transmitida de mãe para filho durante a gravidez, a sífilis congênita é uma realidade cada vez mais preocupante nas maternidades da rede pública de saúde. Do ano 2000, quando foram registrados 1.585 casos da doença no Estado do Rio, até 2011, que concentrou um total de 2.115 registros, a quantidade de notificações cresceu 33,43%. O teste VDRL, que identifica a doença, faz parte da rotina do pré-natal de toda gestante que, uma vez diagnosticada, encontra tratamento disponível na rede pública de saúde.

A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro vem preparando uma série de ações junto aos municípios para aumentar a notificação da doença e melhorar a qualificação do pré-natal na rede pública de saúde do estado. Entre elas estão a qualificação de profissionais de saúde que atuam na atenção ao pré-natal, pactuação com gestores municipais de saúde do conjunto de metas e ações a serem realizadas para o controle da sífilis na gestação e sífilis congênita, além do cofinanciamento de equipes de saúde em algumas regiões.

De 2000 a 2008, o índice estadual variou de 5,2 a 6,6 casos por mil nascidos vivos e chegou a 9,6 em 2011. Ao todo, de 2000 a 2011, foram notificados 17.428 casos de sífilis congênita no estado. Na capital foi registrada a maior taxa de incidência, com 17 casos em cada mil nascidos vivos em 2011. No mesmo período, a Baixada Fluminense registrou 3.812 casos da doença, seguida da Região Metropolitana II (Itaboraí, Maricá, Niterói, Rio Bonito, São Gonçalo, Silva Jardim e Taguá), com 1.440 notificações.

Embora a capital concentre a maior parte dos casos da doença (32,26%), o aumento vem sendo mais expressivo nessas duas regiões, com crescimento de a 50,17% e 85,13%, respectivamente.

Tratamento

O exame de sangue para identificar a doença deve ser feito ainda no primeiro trimestre da gravidez nas Unidades de Atenção Básica, nas redes municipais de saúde, e nos serviços que realizam pré-natal pelo SUS. Recomenda-se que o teste seja repetido no terceiro trimestre de gestação e, novamente, antes do parto.No entanto, dentre os 2.115 casos de sífilis congênita registrados no RJ em 2011, 54% só receberam o diagnóstico na curetagem realizada em casos de aborto ou no pós-parto. As mulheres que não têm o resultado do teste disponível devem realizar o exame antes do parto. Se a mãe estiver infectada, é possível que o bebê nasça com complicações. Importante também que seus parceiros sexuais sejam diagnosticados e tratados, já que há risco de reinfecção.

Por isso, todos os bebês que nascem na rede pública de saúde devem realizar o exame para identificar a doença. Em caso positivo, a criança precisa ficar 10 dias internada para receber a medicação adequada, o que muitas vezes aumenta o tempo de internação também das mães.

Atendimento na rede estadual

Pensando nisso, o Hospital Estadual Vereador Melchíades Callazans, em Nilópolis, onde foi registrada a maior taxa de incidência da Baixada Fluminense,abriu cinco novos leitos para atender aos casos de mulheres que permanecem internadas em razão da saúde dos filhos. De janeiro a agosto de 2013, das 960 crianças nascidas na unidade, 31 tinham sífilis congênita.

No Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, 10% dos nascidos na unidade têm a doença. A maternidade realiza média de 300 partos por mês. No Hospital da Mãe, em Mesquita, a situação é igualmente preocupante: de janeiro a julho deste ano, 100 crianças nasceram com a doença.

A doença

A sífilis congênita pode causar má-formação do feto, nascimento prematuro, aborto e até a morte do bebê. De 2000 a 2011, 718 bebês nasceram mortos no estado do Rio devido à doença. Os que nascem vivos têm a saúde comprometida. Na maioria dos casos, a sífilis se manifesta logo após o nascimento, mas a doença pode se manifestar até os dois anos de vida. A criança doente pode apresentar pneumonia, feridas no corpo, cegueira, dentes deformados,surdez, dificuldade de aprendizagem, retardo mental e deformidades ósseas.

Nas mulheres e nos homens, os primeiros sintomas da doença são pequenas feridas nos órgãos sexuais e caroços nas virilhas (ínguas), que surgem entre a 7 e 20 dias após a contaminação. Se progredir, a doença pode causar manchas em várias partes do corpo (inclusive mãos e pés) e queda dos cabelos. A doença pode ser transmitida por relação sexual sem preservativo com pessoa infectada, por transfusão de sangue contaminado ou da mãe infectada para o bebê durante a gestação ou o parto.



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