Com frota superior a 870 mil, Dia sem Carro passa despercebido em Teresina

Com o forte calor e o sistema de transporte extremamente deficiente, o Dia Mundial sem Carro passou em branco no Piauí

Trânsito | Kelson Fontinele
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Segundo os dados mais recentes do Detran (Departamento de Trânsito), 375.066 carros e 496.811 motos fazem parte da frota de veículos piauienses, sendo que mais de 44% destes concentram-se na capital, Teresina.

Com o calor escaldante e o sistema de transporte público deficiente, a maioria dos motoristas tende a optar sempre pelo automóvel particular, evitando assim a lotação dos ônibus ou os trechos limitados do metrô.

Sob esse diagnóstico foi comemorado na segunda-feira (22) o Dia Mundial sem Carro, um ato que visa alertar sobre a importância da utilização de meios alternativos, prevenindo a ocorrência de congestionamentos aviltantes, que colocam em prova a paciência da população; contudo, a data passou despercebida pela maioria dos teresinenses e apenas reafirmou velhos problemas.

A única ação promovida pelos órgãos públicos da cidade foi um passeio ciclístico, que contou com a participação do prefeito Firmino Filho. Fora isso, não houve qualquer atividade que fizesse alusão ao dia simbólico. “Nós do Detran estivemos presentes e apoiamos essa rodada de bike”, conta a diretora da Escola Piauiense de Trânsito, Thays Paiva.

Apesar da decepcionante repercussão da iniciativa, vale ressaltar que medidas pontuais estão sendo tomadas para amenizar os engarrafamentos e incentivar o uso dos coletivos.

“Estamos promovendo até o dia 25 a Semana Nacional de Trânsito, onde em parceria com outras instituições, inclusive a OAB (Ordem dos Advogados), incentivamos o debate e transmitimos informações”, garante.

A preocupação em torno do tema é uma questão que preocupa todos os gestores e visa a adoção de políticas públicas urgentes. “Deve ser incentivada a busca por opções, tem que se dirigir o foco ao transporte coletivo, já que cresceu o número de carros e motos, e a cidade não está suportando”, admite Paiva.

Segundo a profissional, o fluxo pleno não se resume à infraestrutura, vai além. “Os congestionamentos afetam até mesmo a qualidade de vida das pessoas.

Até mesmo os países desenvolvidos já passaram por esse problema; não existe outra solução que não seja melhorar o transporte público. Não se pode esperar o caos, tem que mudar agora”, finaliza.

A visão dos motoristas

O consultor Sávio Sales está adaptado ao trânsito da capital. Ele garante que já usou ônibus em algumas ocasiões, mas admite que mesmo no Dia Mundial sem Carro fica complicado adotar a iniciativa. "O transporte coletivo sofre com muita lotação, é ineficiente, não atrai nem um pouco os motoristas a deixarem os automóveis um pouco de lado", garante.

Ele enfatiza também as insuficiências no metrô de Teresina. "Eu até poderia usar o metrô, se fosse ampliado, mas como está é impossível, é deficiente e muito limitado", afirma. Compartilhando da mesma opinião, o motorista Antônio de Andrade sabe bem os efeitos negativos do trânsito intenso.

"Como eu dirijo o dia inteiro praticamente, vejo o quanto está aumentando o número da frota", comenta. As opções alternativas também são criticadas. "O sistema coletivo tem que dar uma melhorada pela cidade, deveria ter ar-condicionado em todos os ônibus, já que fica complicado suportar esse calor", desabafa.

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