SEÇÕES

Dentista conta à polícia como matou namorado: 'Estava apavorada'

Ela foi denunciada por homicídio qualificado

FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Em vídeo de depoimento à polícia, a dentista Jaqueline Amboni, de 33 anos, conta como matou o namorado, Valcionir da Rosa, de 26, em Forquilhinha, no Sul do estado. Ela afirma que tentava se defender dele, mas a polícia acredita que ela tenha planejado o homicídio por medo das ameaças que sofria dele. O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) denunciou a mulher por homicídio qualificado por motivo fútil.

Depoimento

O homicídio foi na noite de 7 de dezembro de 2015. "Ele me bateu e pegou nos óculos, e aí machucou a mão dele. No que ele foi olhar a mão, eu dei um chute no meio da perna dele, saí correndo, fui na cozinha pegar uma faca e fui me trancar para dentro do quarto. Só que é tudo muito perto, não deu tempo de chegar no quarto, ele já estava atrás de mim", relatou em depoimento à polícia.

"Ele ligou a televisão e colocou num canal pornográfico. E ali eu fiquei num canto, encolhida. Daí ele assim: 'agora é a nossa vez!', e pegou e veio pra cima de mim", continuou. A dentista disse que Valcionir batia nela com frequência. Jaqueline já tinha prestado queixa à polícia e, naquela noite, resolveu se defender.

"Aí ele veio, daí eu dei umas facadas nele. Ele, mesmo esfaqueado, veio para cima de mim. E aí eu dei mais algumas, não sei quantas, e aí ele ficou caído ali entre a porta do banheiro e o meu quarto".

A polícia trabalha com outra hipótese, de que ela drogou o namorado e só então cometeu o homicídio. "A motivação dela foi o medo, as ameaças que ela sofria do Valcionir. Ela acabou se envolvendo numa situação que ela não conseguia sair mais, ela achou uma forma, que na mentalidade dela era mais fácil: 'vou matar ele'. Ela já vinha premeditando o crime desde o meio-dia. Ela já estava mandando mensagem dizendo que ia embora para o Rio Grande do Sul e que não era para procurá-lo", disse o delegado Eduardo de Mendonça. Em entrevista à RBS TV, Jaqueline afirmou que não premeditou o homicídio. "Foi na hora, para me defender".

Ocultação de cadáver

Depois de matar o namorado, a dentista pegou o carro e foi até a casa de praia dos pais, em Balneário Arroio do Silva, também Sul do estado. Ademir Amboni, o pai de Jaqueline, afirmou em depoimento à polícia que a ajudou com o corpo: "'O que é que tu queres fazer, minha filha?' Diz ela assim: 'ah, pai, eu queria tirar o corpo de lá, queria dar um sumiço'. Pegamos as cobertas, enrolamos ele para cima das cobertas e puxamos. E aí conseguimos colocar ele no carro".

Pai e filha seguiram até uma estrada deserta, fizeram uma cova e enterraram o corpo. Para não despertar suspeitas, Jaqueline disse que passou a enviar mensagens de texto para a família do namorado como se fosse ele. "Eu estava apavorada, tinha medo que descobrissem", disse à RBS TV.

A polícia, que estava monitorando o celular, começou a desvendar o caso. "Interceptamos o Imei do aparelho", disse o delegado. O Imei é um número único de identificação do equipamento. "No dia 17 de janeiro, o Imei apitou, alguém tinha colocado um chip no aparelho. Fomos descobrir, era o irmão da Jaqueline", continuou o delegado.

Em depoimento, a dentista disse que, depois das mensagens para a família de Valcionir, abandonou o telefone na casa dos pais. O irmão, sem saber de nada, achou e passou a usá-lo.

Confissão

Em outubro do ano passado, um crânio apareceu na estrada de Araranguá, também Sul de Santa Catarina. O local era perto de onde o corpo foi enterrado. O agente de polícia Gabriel Barcelos afirmou que o esqueleto completo não estava na cova. "Faltava a parte do crânio, que foi encontrada antes mesmo do fato [da cova], só que não tinha sido linkado ao resto do corpo. Provavelmente algum bicho tinha pegado, como a cova é rasa".

A polícia ainda não tinha ligado o achado ao sumiço de Valcionir. Até que, vendo que não tinha mais como esconder as evidências e um ano e quatro meses depois, Jaqueline confessou o crime. "Até para eu sair dessa angústia, para eu voltar a viver. Porque já desde então, desde antes eu já não tenho mais vida. É remédio para dormir, é remédio para acordar, é remédio para comer", contou a dentista.

A mãe de Valcionir, Rosa Beretta, mostrou indignação. "Depois de um ano e quatro meses ela ir confessar que foi ela? A minha revolta contra ela é muito grande, eu quero justiça, eu quero ver essa mulher atrás das grades, gente! Porque o meu filho eu não vou ver mais. Não precisava ela ter feito o que ela fez".

A polícia indiciou Jaqueline por homicídio e ocultação de cadáver. O pai dela vai responder por ocultação de cadáver. Os dois estão soltos.

A investigação continua. "Ela cometeu o crime com a ajuda de outra pessoa que não o pai dela no momento aqui na cidade. Era uma pessoa grande o Valcionir. Ela sozinha não daria conta. Isso somente a Jaqueline vai poder dizer, infelizmente", disse o delegado.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos