Historiador desenvolve trabalho sobre Lampião e o cangaço

'Lampião entre Anjos e Sanfoneiro: travessia pelo sertão' tirou 10.

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O historiador Helissandro Rocha da Silva apresentou seu Trabalho de Conclusão de Curso sobre o movimento do cangaço no nordeste, focado principalmente na figura de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. O trabalho intitulado de "Lampião entre Anjos e Sanfoneiro: travessia pelo sertão" conquistou nota máxima no curso de História da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e deve virar um livro. Em entrevista concedida para o jornalista Arimateia Carvalho no Programa Banca de Sapateiro, na Rádio Jornal Meio Norte (90,3) o historiador falou da relação de Lampião com Padre Cícero e Luiz Gonzaga.

O cangaço foi um fenômeno que se deu em sete estados brasileiros em que o grupo liderado por Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião estabeleceram "o domínio pelo terror", o historiador informou sobre a ascenção do cangaço no sertão. "O cagaço foi um movimento que começou na região litoranea do nordeste, mas não vingou por conta do desenvolvimento político, social e econômico que as cidades do litoral passaram e migrou para o sertão. Dentre alguns fatores foram importantes para o desenvolvimento da força do cangaço, entre eles a figura do setarnejo (um homem vingativo, individualista); o isolamento que as comunidades sertanejas tinham", relata Helissandro Rocha da Silva.

Durante a entrevista para os ouvintes do Banca de Sapateiro, o historiador explicou a relação que Lampião teve com Padre Cícero, a influência que deu para Luiz Gonzaga e sobre as armas que os cangaceiros receberam do exército brasileiro.

"Luiz Gonzaga e Lampião são frutos da mesma sociedade, a pastoril sertaneja (ou do couro) e a diferença de idade dos dois era de apenas 14 anos. Luiz Gonzaga quando saiu de casa ainda adolescente ele tinha o sonho de ser cangaceiro, mas acabou trilhando um caminho totalmente diferente. Foi quando entrou para o exército em 1930. Uma década depois, quando foi tentar a vida como artista no Sudeste, ele estava sem fazer sucesso e acabou recebendo a dica de incorporar características do povo do nordeste para suas músicas e figurino, foi quando ele passou a usar o chapéu de cangaceiro", conta o historiador. Mesmo com a rejeição que sofreu logo de início, por conta do chapéu fazer "apologia ao crime", Lampião continuou usando e fez sucesso e hoje é um dos símbolos do nordeste.

Sobre a relação do rei do cangaço com o Padre Cícero é uma história muito interessante e curiosa. Lampião foi abastecido com armas do exército brasileiro. "Na época o exército criava os batalhões patrióticos, grupos de pessoas que eram armadas com o intuito de combater a Coluna Prestes (movimento político que foi denominado como 'revoltosos' e tentaram revolucionar o país fazendo peregrinações). Lampião e seus homens foram receber o armamento do exército em Juazeiro através de medida concedida por um deputado baiano, Floro Bartolomeu, que faleceu antes de entregar as armas. Padre Cícero que ficou encarregado de fazer a recepção do rei do cangaço e entregar a ele todo o material", explica Helissandro Rocha da Silva. O historiador ainda falou que Lampião era um grande devoto de Padre Cícero.



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