Filho do ex-ditador Kim Jong-il dividirá poder na Coreia do Norte

O informante disse ainda que não acredita na possibilidade de um golpe militar. “Os militares declararam aliança a Kim Jong-un”, afirmou

Kim Jong-un observa o corpo do pai durante cerimônia na terça-feira (20) | Reprodução
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Após a morte do ditador Kim Jong-il, a Coreia do Norte vai passar a ter um governo coletivo composto pelo filho do ex-mandatário, Kim Jong-un, seu tio, Jang Song-thaek, e a cúpula militar, informou à agência Reuters uma fonte próxima aos governos norte-coreano e chinês.

A fonte recusou a ter sua identidade identificada, mas já antecipou corretamente outros eventos no passado, como o primeiro teste nuclear da Coreia do Norte em 2006.

Segundo as informações, Kim Jong-un estará à frente do grupo de comando.

Caso a informação se confirme, a Coreia do Norte seguirá, pela primeira vez desde sua criação em 1948, por um caminho que vinha sendo previsto por analistas, e terá o governo dividido entre um grupo de pessoas. Tanto Kim Jong-il quanto seu pai, Kim Il-sung, exerceram governos totalitários no Estado isolado.

O informante disse ainda que não acredita na possibilidade de um golpe militar. "Os militares declararam aliança a Kim Jong-un", afirmou.

Jang Song-thaek, de 65 anos, era cunhado de Kim Jong-il e o mais novo dos tios de Kim Jong-un. Ele aparece nos bastidores do poder na Coreia do Norte, ao lado de sua mulher, Kim Kyong-hui, irmã do ditador morto. Em 2009, Jang foi nomeado para a Comissão Nacional de Defesa, um órgão de alto escalão que Kim Jong-il dirigia na qualidade de comandante do militarizado Estado norte-coreano.

O general mais antigo do exército norte-coreano, Ri Yong-ho, também é apontado como figura política importante nos bastidores do comando.

Questão nuclear

Na segunda-feira (19), logo antes do anúncio da morte de Kim, a Coreia do Norte testou um míssil de curto alcance, o que segundo a fonte foi feito como um alerta aos EUA.

"A Coreia [do Norte] quis passar a mensagem de que tem a capacidade de se proteger sozinha", disse a fonte. "Mas dificilmente a Coreia conduzirá um teste nuclear no futuro próximo, exceto se provocada."

O programa nuclear norte-coreano é um persistente motivo de tensões na comunidade internacional. O país testou um artefato militar em 2006 e 2009, e abandonou negociações com EUA, China, Japão, Rússia e Coreia do Sul, as quais eram parte de um processo que visava à concessão de benefícios políticos e econômicos em troca do desarmamento.

A China, principal aliada da Coreia do Norte, convidou na terça-feira o novo líder norte-coreano a fazer uma visita. O presidente Hu Jintao e seu vice, Xi Jinping, prestaram condolências na embaixada norte-coreana em Pequim, cujo acesso ficou fechado.

Pequim pressiona a Coreia do Norte a abrir mão das armas nucleares, e a fonte disse que o país aceitaria isso, sob a condição de que seja assinado um armistício envolvendo EUA, China e as duas Coreias, para substituir o precário cessar-fogo que encerrou a Guerra da Coreia (1950-53).

A Coreia do Norte, acrescentou a fonte, também está convencida de que há armas nucleares norte-americanas na Coreia do Sul, e exige sua retirada.



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