Mãe de menino morto no Alemão se revolta com policiais durante protesto

Em certo momento, ela se mostrou revoltada diante de um carro da PM e foi contida por familiares e amigos.

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A caminhada deste sábado (4) contra a violência no Conjunto de Favelas do Alemão, na Zona Norte do Rio, teve a presença de Teresinha Maria de Jesus Ferreira, mãe de Eduardo de Jesus, de 10 anos, morto na última quinta (2) durante operação policial. Em certo momento, ela se mostrou revoltada diante de um carro da PM e foi contida por familiares e amigos.

Teresinha não foi a única a demonstrar seu descontentamento com as forças de segurança. As viaturas da Polícia Militar que passavam pelo local recebiam vaias dos manifestantes. Os moradores acusam os policiais de agirem com truculência e serem responsáveis pelas mortes de dois moradores nos últimos quatro dias. Para eles, as Unidades de Polícia Pacificadora deveriam se transformar em Unidades de Políticas Públicas. Na quinta, a mãe de Eduardo já havia demonstrado seu lamento em relação à atuação policial.

"Eu marquei a cara dele. Eu nunca vou esquecer o rosto do PM que acabou com a minha vida", disse na ocasião.

 Por ser Sábado de Aleluia, os moradores pretendiam queimar um boneco de Judas no final do ato. De acordo com a assessoria da Polícia Militar, não houve confronto na madrugada deste sábado em nenhuma comunidade do conjunto de favelas.

Segundo a página do Jornal Voz da Comunidade no Facebook, ator Paulo Betti esteve no conjunto de favelas do Alemão na manhã deste sábado para dar apoio ao protesto.

O policiamento na região está reforçado por policiais das UPPs do Alemão, de outras UPPs e de agentes do Comando de Operações Especiais, que envolve o Batalhão de Ações com Cães (BAC), o Grupamento Aeromóvel, o Batalhão de Operações Especiais (Bope), além de veículos blindados e helicóptero.

 Durante o ato deste sábado, a Coodenadoria de Polícia Pacificadora afirmou que respeita qualquer tipo de manifestação, desde que ela seja pacífica. “Nós trabalhamos para garantir a paz na comunidade do Alemão e nas outras que nós estamos com trabalho de UPP e tem sido muito bom para o Estado do Rio de Janeiro. Eu espero que nós tenhamos também manifestações escrito: ‘fora traficante, fora marginais’”, afirmou o major Nogueira, assessor da coordenadoria.

Desde a última quarta, quatro pessoas foram mortas, entre elas um menino de 10 anos e uma mulher que estava em casa com a filha. As outras duas vítimas fatais são suspeitas de envolvimento com o tráfico de drogas. Além deles, outras três pessoas ficaram feridas nos confrontos.

 Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, brincava no celular na porta de casa nesta quinta (2), quando foi baleado. A família da criança acusa os policiais militares, que faziam uma operação na comunidade, de ter dado o tiro que matou Eduardo. Nesta sexta (3), a morte do menino gerou protesto de moradores na região. Houve confronto entre a PM, que lançou bombas de gás e spray de pimenta, e manifestantes.

Pelo menos outras duas pessoas foram atingidas por balas perdidas no Alemão desde a tarde desta quarta (1º) – uma mulher morreu e a filha dela ficou ferida. No total, além de Eduardo, outras seis pessoas foram baleadas em dois dias – três morreram. Há cerca de 90 dias seguidos os moradores do Alemão convivem com intensos tiroteios.



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