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Casos de violência contra jornalistas cresceram 65%, diz Associação

Maior parte dos episódios de violência envolve policiais

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Relatório divulgado nesta terça-feira (21) pela Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) revela que o número total de casos de violência contra profissionais da imprensa registrado no ano passado em todo o País teve alta de 65,51% na comparação com 2015. Apesar de a quantidade de assassinatos ter caído de oito para dois casos de 2015 para 2016, o total de casos de violações à liberdade de expressão no Brasil saltaram de 116 para 192 ocorrências, atingindo diretamente a 261 trabalhadores e veículos de comunicação.

As chamadas “agressões” são a forma mais comum de violência registrada contra os jornalistas. O número de ocorrências desse tipo caiu de 67 para 64, sendo que a maior parte das vítimas era de empregados em emissoras de televisão. Em seguida vêm os casos de ofensas (22); ameaças (19); condenações/decisões judiciais (18) que impedem jornalistas de apurarem um assunto ou divulgar suas descobertas; intimidações (17); ataques/vandalismos (17); censura (12); detenções (7); atentados (6); roubos e furtos (4) e um caso de assédio sexual.

A entidade afirma que a maior parte das agressões é cometida por agentes públicos, principalmente por policiais , guardas municipais e outros agentes de segurança. “A maioria dos ataques aconteceu durante manifestações [políticas] e, infelizmente, partiu de autoridades públicas, sobretudo de agentes de segurança”, disse o presidente da Abert, Paulo Tonet de Camargo, ao defender a necessidade de as autoridades de segurança capacitarem as forças policiais para lidar com jornalistas no exercício de suas funções.

O levantamento mostra ainda que os participantes dos protestos políticos, seguidos por políticos e detentores de cargos públicos, também figuraram entre os grupos que mais ameaçaram, intimidaram e agrediram profissionais de comunicação no ano passado. “Alguns setores da sociedade têm uma dificuldade de compreender o real papel dos meios de comunicação no Estado Democrático de Direito. O papel da imprensa não é o de ser, em nenhum momento, o protagonista do processo que está em discussão, mas sim reportar os fatos que estão acontecendo”, acrescentou Camargo.

Exterior

A organização Repórteres Sem Fronteiras informa que o Brasil é o segundo País mais perigoso para os profissionais de jornalismo na América Latina, ficando atrás somente do México.

A Press Emblem Campaign (PEC), uma ONG formada por jornalistas de várias nacionalidades que atua como consultora das Nações Unidas, colocou o Brasil entre os dez países de maior periculosidade para a profissão em todo o mundo.

Quando analisados os dados entre 2012 e 2016, o Brasil figura na sexta posição do ranking da ONG, à frente das Filipinas, da Índia, do Afeganistão e de Honduras. “Difícil compreender como um país democrático e com leis e instituições em funcionamento como o Brasil pode superar um cenário de terror como o afegão”, pondera o texto do relatório da Abert. 

Censura

A Abert informa que o tipo de censura mais comum em 2016 foi a proibição do trabalho jornalístico por agentes de segurança que impediram os profissionais de apurar determinados temas ou de simplesmente a entrada em locais onde apurariam fatos e registrariam imagens. O problema é mais perceptível nas regiões Sudeste e Norte.

Entre os 11 censores identificados estão policiais, políticos, bombeiros, médicos, manifestantes, estudantes e até o diretor de um clube de futebol. A Abert considera que a heterogeneidade dos que atuaram com violência para impedir o livre exercício da profissão demonstra a dificuldade das pessoas em conviver com a transparência e a divergência de opiniões.



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