Doente mental, assassino de cartunista teve alta após ser considerado “estável”

Com doença mental, assassino de Glauco teve alta após ser considerado “estável” por médicos e Justiça

Carlos Eduardo no momento de sua prisão após perseguição policial | Reprodução
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Considerado inimputável pela Justiça do Paraná após diagnóstico de esquizofrênica paranóide, Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, nunca foi julgado pelo assassinato confesso do cartunista Glauco Villas Boas e seu filho Raoni em 2010. Internado em uma clínica psiquiátrica em Goiânia, ele teve alta do tratamento em 2013, um pouco mais de três anos depois do crime, sob autorização da Justiça de Goiás. Livre, ele foi preso novamente nesta segunda (1), suspeito de participação em um latrocínio - roubo seguido de morte - na capital goiana.  

Na quinta-feira (28), Matheus Pinheiro Morais, 21, foi abordado por Cadu e um comparsa, identificado como Ricardo Pimenta de Andrade, em frente ao prédio de sua namorada. Quando a vítima saiu do carro, os dois anunciaram o assalto. Cadu disparou contra o jovem fugindo em seguida no veículo conforme apuração da polícia.   

Na sentença (ao lado) que o liberou em seis de agosto de 2013 da internação, a juíza Telma Aparecida Alves, da 4ª Vara Criminal de Goiânia determina que ele prossiga o tratamento apenas em caráter ambulatorial. Ela se baseia, segundo o próprio texto da decisão, em laudos médicos que atestavam que Carlos Eduardo apresentava "quadro clínico psiquiátrico estável".

Ainda segundo a decisão judicial, o acompanhamento ambulatorial deveria ser feito pelo Paili (Programa de Atenção Integral ao Louco Infrator) de Goiás, que é responsável por acompanhar os pacientes julgados e absolvidos, mas submetidos à internação psiquiátrica ou ao tratamento ambulatorial, como medida de segurança. Procurado para esclarecer como foi a após a liberação de Cadu, o Programa afirmou não ter autorização para passar informações de seus pacientes.
Inimputabilidade

 Pessoas consideradas inimputáveis, como Carlos Eduardo, segundo a Justiça, são aquelas que possuem limitações de entendimento mental e agem sem ter a real noção de suas atitudes.

De acordo com o advogado criminalista Sergei Cobra Abrex, nesses casos é determinada uma medida de segurança de três anos, período em que o doente mental deve ser monitorado pelo Estado.

Após este prazo, uma nova avaliação médica é feita para analisar se houve melhora no quadro. Se houve, é dada a liberação para que o paciente saia da internação psiquiátrica e volte a viver normalmente em sociedade, caso contrário a medida de segurança é renovada por mais três anos. O especialista critica a decisão judicial de liberar Cadu.  

— Foi um erro fatal da Justiça permitir que ele (Carlos Eduardo) saísse da clínica psiquiátrica. De duas uma: ou o Estado errou em colocá-lo em liberdade em 2013 ou falhou em considerá-lo inimputável em 2010. Uma pessoa com tal grau de doença mental não pode se recuperar em apenas três anos a ponto de ser completamente sã.

Para o psiquiatra forense Guido Palomba, um novo crime era questão de tempo para Cadu.

— Este crime era de se esperar, não é nenhuma surpresa. É um esquizofrênico de alta periculosidade. Isso não cessa nunca, só vai cessar quando o quadro clínico dele ficar tão ruim e ele não tiver mais condições de planejar mais nada. Os peritos que atestaram a sanidade deste indivíduo são a prova da falência da psiquiatria forense.

Veja imagens da prisão de Carlos Eduardo:
 

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