Prédio da Fundação Nacional do Humor é ocupado por punks em Teresina

O prédio da Fundação Nacional do Humor encontra-se com problemas em sua estrutura. Os banheiros estão quebrados e os vidros, portas e janelas também. Por conta dessa situação, o grupo Reação Punk, for

Punks | Moises Saba
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O prédio da Fundação Nacional do Humor (FNH), localizado na Praça Ocílio Lago, Bairro Jockey, zona Leste de Teresina, encontra-se com a estrutura totalmente danificada. Segundo frequentadores e a direção do espaço, o local foi abandonado pela administração anterior e, aos poucos, está tomando fôlego e retomando atividades culturais, educacionais e esportivas. Em novembro, dos dias 5 a 9, o espaço sediará o 31º Salão Internacional do Humor.

Dentre os problemas estruturais do prédio, os banheiros estão quebrados e os vidros, portas e janelas também. Em meio a tantos problemas, grupos formados por punks – que, inclusive, moram na parte superior do prédio – e militantes de causas culturais tentam ajudar como podem, no intuito de manter a alma do prédio viva.

Mas segundo Kenard Kruel, que há três meses ocupa o cargo de presidente da FNH, uma reforma está em vista, a partir de uma parceria firmada com a Prefeitura Municipal de Teresina: “Aquele prédio estava com uma disputa entre a PMT e a FNH, pois a Prefeitura pediu reintegração de posse. Mas agora vamos ser parceiros. Faremos a reforma, que será coordenada por cinco arquitetos e cinco engenheiros, e esse projeto já foi concluído. Então, passando esse empecilho da questão legal do prédio, vamos iniciar a reforma”, explica.

Sobre a retomada das atividades da FNH, Kenard afirma que atividades estão sendo realizadas no espaço, com a estrutura do prédio e da Praça Ocílio Lago: “A revitalização do prédio já acontece desde que assumi há três meses, onde a Fundação tem realizado atividades artísticas, educacionais e esportivas. A praça tem a quadra de esportes, o espaço do skate, o palco onde são realizados shows e espetáculos teatrais e no prédio nós realizamos oficinas, cursos e exposições”, afirma o presidente.

Sobre o grupo de punks que passou a ocupar a parte de cima do prédio da FNH, o que tem gerado certa preocupação em razão das condições nas quais essas pessoas estão instaladas, além da existência de menores de idade no local, Kernard Kruel afirma que eles atuam como guardiões do prédio: “O grupo Reação Punk é formado por 30 punks que vieram me pedir um espaço na Fundação. Nós cedemos uma sala onde eles estão com a biblioteca libertária, que existe no país e no mundo inteiro. Eles montam essa biblioteca que tem os livros que falam sobre o movimento punk. Eles também dão cursos e palestras sobre como ser punk, que é uma filosofia de vida. Eles estão sendo verdadeiros guardiões do prédio e da praça. Depois que eles vieram para cá, não tem mais assalto”, diz Kernard.

Para ele, existe mais preconceito do que preocupação com as condições deles por parte da sociedade em geral: “As pessoas vêem os punks com preconceito, mas eles são seres humanos que tem sensibilidade e ali estamos descobrindo grandes artistas, músicos e artesãos. O que estamos fazendo é aproveitar esse pessoal, fazer inclusão social”, relata o presidente da FNH.

Além dos punks, Kenard aponta que outros movimentos também encontraram espaço na FNH: “Não só os punks ocupam a Fundação. Hoje são 15 coletivos que abrigados lá, dentre elas o Salve Rainha e o Comitê Nacional de Direitos Humanos”, conclui.

Grupo ocupa prédio da FNH em protesto


O grupo de punks que ocupa o andar superior da Fundação Nacional do Humor contou à reportagem que ocupa o prédio como forma de protesto, em razão do abandono das autoridades em relação ao prédio e à Praça Ocílio Lago.
Eles realizam oficinas que incluem grafite, música e charge aos sábados.
Embora alheios à imprensa, alguns membros do grupo conversaram com a reportagem e disseram que o interesse deles é a revitalização cultural do espaço: “Estamos revitalizando o prédio e a praça pela cultura mesmo. Estamos com projetos de música e arte com o desejo de ajudar a população a ter acesso à cultura”, diz um dos membros.

Outra participante, ao lado, apontou um descaso por parte da prefeitura, que não mantém nem mesmo a estrutura e a iluminação da Praça Ocílio Lago.
Segundo os punks, não são todos os membros do grupo que moram no andar superior da FNH. Muitos revezam a estadia no espaço. Para eles, ocupar o espaço significa dar vida ao prédio através da chamada Biblioteca Libertária e evitar que pessoas depredem o espaço ou mesmo cometam assaltos no local.

Salve Rainha tem projeto de apoio à Fundação

O jornalista Júnior Araújo mantém o Salve Rainha, que possui uma proposta de instalar um café-galeria de arte no prédio da FNH. O projeto inclui uma galeria com duas salas – uma para o material da Fundação e outra rotativa para diversos artistas, além do café que possui um caráter experimental: “A gente pretende revitalizar espaços públicos e promover a reflexão de ter um espaço aberto para a arte e produção cultural. O Salve Rainha tem a preocupação de realizar a consultoria, curadoria e divulgação do material de artistas piauienses e teresinenses”, explica.

No espaço da Fundação, o grupo formado por gente das mais diversas áreas realizou os Ensaios de Primavera, que ocorreram nos domingos de setembro: “desenvolvemos os ensaios de primavera para conhecer o público e ter uma resposta desse público. O nosso café experimental é desenvolvido por estudantes de gastronomia, com um cardápio temático que varia de acordo com os eventos de que participamos”, afirma Júnior Araújo.

O trabalho de revitalização de espaços públicos desenvolvidos por Júnior e os participantes do Salve Rainha acontece através da realização de eventos gratuitos, estruturando galerias de arte e espaços com música. “Nós costumamos dizer que nossa proposta é coletiva e plural, pois estamos abertos para todas as discussões e universos”, conclui o jornalista.

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