Estudantes de Pernambuco criam óculos para cegos e são premiados

O óculos é grande aliado para ter mais mobilidade com segurança.

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Ir sozinho à padaria, ao banco ou simplesmente andar na rua. Ações simples como essas são um verdadeiro desafio para deficientes visuais e podem causar graves acidentes.

Mas, se depender do pernambucano Marcos Antonio Oliveira, essas pessoas vão ganhar em breve um grande aliado para ter mais mobilidade com segurança.

Estudante de Ciência da Computação, Oliveira faz parte do WearIT, grupo de pesquisa do Recife que desenvolve o PAW (Projeto AnnuitWalk), óculos que detectam eventuais obstáculos no caminho e avisam o usuário. O acessório ainda pode interagir com um aplicativo de celular, que mapeia objetos presentes nos trajetos e funciona como uma espécie de GPS para os deficientes visuais, indicando as direções com os menores riscos de acidentes.

A ideia é dar mais mobilidade e qualidade de vida aos 6,5 milhões de deficientes visuais que vivem no Brasil. Segundo o Censo 2010 do IBGE, 92% das cidades brasileiras são inacessíveis para cegos e nenhum município brasileiro tem todas as vias públicas adequadas para eles. Já no mundo, existem mais de 314 milhões de cegos ou pessoas com algum grau de deficiência visual, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde.

“Criamos um dispositivo que protege o corpo inteiro do usuário”, conta o pernambucano. Desde março de 2014, o grupo formado por ele e mais cinco universitários pesquisam como os chamados wearable devices (ou “dispositivos vestíveis”) -- como os óculos inteligentes Google Glass ou o relógio Apple Watch -- podem melhorar a vida de pessoas com algum tipo de deficiência ou com deficiências múltiplas.

“A cada protótipo testado por voluntários, entendíamos melhor suas necessidades”, explica a estudante de Psicologia, Emily Schuler, também integrante da equipe. “Por exemplo: eles não queriam algo que substituísse a bengala, mas que desse um suporte a ela. E este suporte não devia ser algo discreto, pois eles já chamam muita atenção com a bengala. Os óculos também se tornaram a opção mais viável, já que a maioria está acostumada com o acessório.”

Ao todo, foram feitos seis protótipos até chegar à versão final, que ainda tem um diferencial: em vez de avisar os obstáculos por voz, como a maior parte dos dispositivos para deficientes visuais, a tecnologia utiliza uma pulseira vibratória, que emitem vibrações de intensidades diferentes de acordo com a distância dos obstáculos -- quanto mais longe, mais suaves, e quanto mais perto, mais intensas.

“Sabemos que os cegos também usam a audição para se movimentar, então pensamos em algo que não os atrapalhassem. Também não queríamos restringir nosso público. Pessoas com deficiências múltiplas vão podem usar o AnnuitWalk", explica a estudante.

O dispositivo utiliza sensores ultrassônicos que identificam os obstáculos à frente do usuário cego, que por sua vez, é avisado instantaneamente com vibrações emitidas pela pulseira. Marcos explica:

“Usamos um sistema de localização parecido com a utilizada pelos morcegos. Eles vão emitindo sinais sonoros que não são percebidos pelo ouvido humano e, ao encontrarem algum obstáculo, estes sinais voltam, e é possível calcular a distância dos objetos.”



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