G Flex, com uma tela curva, se recupera de arranhões sozinho

O resultado dos testes com esse aparelho-conceito, com um super hardware e que é quase uma estrela de cinema, são impressionantes.

G Flex | Luciana Maline/TechTudo
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

O LG G Flex, enfim, apareceu para review. Depois de ser flagrado em cantos do Brasil e do mundo, o aparelho curvado da gigante coreana passou alguns dias na redação do TechTudo. O resultado dos testes com esse aparelho-conceito, com um super hardware e que é quase uma estrela de cinema, são impressionantes.

Design

As primeiras impressões são ótimas: o design do aparelho é realmente um diferencial. Para quem tem mãos grandes, ele é confortável de usar, discar, digitar, ver vídeos, fotos, colocar no bolso, na mesa...

Justamente pelo design, o G Flex vai chamar atenção onde quer que vá. ?Que celular é esse? Nunca vi!?, ?Para que um celular curvado??, ?Nossa, ele é lindo? ou ?Caramba, que esquisito!? são frases inevitáveis quando você saca o Flex. Afinal, brasileiro é apaixonado por carros, futebol e... celulares! Então, se você for uma pessoa discreta, o LG G Flex pode não ser para você.

No design também entraria o ?fator de cura? do aparelho. Através de processos de dilatação, o G Flex pode se ?regenerar? de pequenos arranhões na capa traseira. Com isso, chaves, atritos com outros gadgets, botões e afins deixam de ser um problema. E, novamente, viram uma atração. Afinal, quem não quer ter um smartphone ?Wolverine??

Além disso, o G Flex também trouxe a reboque o esquema de botões volume-power do LG G2. Eles ficam na parte traseira, sob a câmera, e podem ser acessados com a ponta dos dedos indicadores ou médios. No início é um pouco esquisito, mas isso passa rápido. E você percebe que os botões laterais talvez tenham sido mais uma gambiarra da engenharia, de tão separados que são. Colocar o chip da operadora também é uma operação delicada. Você precisa puxar, às vezes com um alfinete, a gavetinha lateral. E encostar o SIM ali, torcendo para que ele não caia.

Aparelhos que têm a entrada para fones de ouvido na parte de cima são sempre mais práticos. Quando você pluga na parte de baixo, já está obrigatoriamente promovendo uma torção no plugue/cabo. Sobretudo para cabos mais grossos ? ou para quem pratica esportes -, o plugue na parte de baixo não é nada confortável. E o mesmo vale para o carregador USB. Portas laterais são sempre menos frágeis e sujeitas a ?abusos? aos cabos.

O LG G Flex é um foblet (do inglês, "phone" + "tablet"). Ou seja, um smartphone um pouco maior que a média. Dito isso, é claro que ele terá os prós e contras de aparelhos ?vitaminados?. Para quem gosta, é sempre melhor um telão para digitar, ver e tirar fotos, ler e jogar. Mas a curvatura da tela favorece (e muito) a digitação, além de encaixar perfeitamente no binômio boca + ouvido. Enfim, é, basicamente, o que os smartphones teriam sido desde o início, não fossem as limitações da engenharia à época de sua popularização: curvados. Assim como os telefones ?velha guarda? que temos em casa, na mesa do trabalho e por aí vai.

Desempenho

Agora, configurações: o LG G Flex é um foblet, com tela de 6 polegadas e 177 g de peso total. Tem resolução máxima de 720 x 1280 pixels, 32 GB de memória interna e 2 GB de RAM. Suporta Bluetooth 4.0, NFC, infravermelho e microUSB 3.0. Tem câmera traseira de 13 megapixels, que faz vídeos a 1080p em 60fps, com HDR, e som estéreo, além de contar com estabilização de vídeo. A câmera frontal, de 2,1 megapixels, faz vídeos a 1080 com 30 fps. Sob o capô, o processador Qualcomm Snapdragon 800, rodando a 2,26 GHz, com uma GPU Adreno 300.

O G Flex vem com a versão 4.2.2 do Android (Jelly Bean) e roda tudo. Sem engasgos, sem atropelos, sem choro. Dá para jogar, ver filmes, escrever e-mails, navegar ? e muitas dessas combinações ao mesmo tempo, já que o aparelho é multitarefa. A única coisa que faz falta é uma porta microSD. Afinal, 32 GB podem não ser suficientes para um aparelho desse porte. Bola fora da LG.

Para compensar, a LG jogou firme na bateria. São 3.500 mAh de capacidade, que proporcionam uma bela autonomia. Em uso moderado, ele chega a incríveis dois dias sem ver o carregador, o que é muito respeitável, levando-se em consideração o tamanho da tela e o hardware.

Tudo isso dito acima já catapulta o LG G Flex para o post de ?celular top de linha?. De acordo com os aplicativos de benchmark AnTuTu e Vellamo, ele disputa a coroa com o Galaxy Note 3 no reino dos foblets. Já no geralzão, briga ainda com o Galaxy S4 e com o irmão mais novo LG G2. Mas o G Flex não é, atualmente, nem foblet, nem smartphone, nem celular. É um conceito acessível. Um gadget-ostentação, em bom português.

O teclado LG nativo, problemático no Optimus G Pro, melhorou muito. Está mais rápido, mais preciso e menos ?louco? nas previsões. Ainda é recomendável uma troca por gente do tipo Swiftkey, mas mantê-lo não seria extravagância. Assim como seus predecessores, o G Flex traz os apps nativos vencedores da LG: LG Backup, que faz uma bela cópia de segurança, o Quick Remote, que transforma o foblet em um controle remoto universal (segue funcionando em qualquer aparelho!) e o QuickMemo, o mais legal de todos. Ao iniciá-lo, você pode escrever recados rápidos na tela e salvá-los, de modo a não perder nada ? como o telefone de alguém com quem está conversando, por exemplo, ou comentários sobre uma apresentação ou foto.

Durante a configuração inicial, uma coisa chama a atenção: a possibilidade de customizar os botões ?menu? e ?back?. Se você for canhoto ou estiver acostumado com o mundo Samsung, pode inverter ou manter o padrão. Outra das atrações do aparelho é poder acordá-lo com dois toques na tela (assim como no G2, aliás). No início, é esquisito, mas depois que você pega o ?tempo? das batidas, nunca falha. Você pode adormecê-lo ou acordá-lo assim. E é fantástico. Nada de botões ou sacodidelas. O ruim é depois acostumar e ter que voltar para o velho ?on/off?.

Tela

Brincar com o G Flex é divertido, muito divertido. Ele é confortável, responde bem e encaixa nas mãos sem ficar brigando para fugir dos dedos. O Flex inova com seu P-OLED (ou plastic OLED), o que não é pouca coisa. Mesmo tendo uma resolução efetiva menor que a do G2, por exemplo (720p contra 1080p), suas imagens impressionam. Muito mais do que qualquer foblet ou smart, aliás. Afinal, OLED é OLED, diriam os puristas. Além do mais, como a gente bem sabe, OLED tende a gastar menos energia ? o que ajuda muito na longa autonomia do gadget.

Câmeras

Efetivamente, não é na câmera que o G Flex traz alguma novidade. Na verdade, todo o sistema é praticamente idêntico ao do G2, sendo que a única diferença é que o irmão menor tem estabilização ótica das imagens (OIS), coisa que o foblet flexível não tem. E isso faz uma enorme diferença, sobretudo em fotos noturnas ? resultando em imagens com menos ruídos, mais saturação de cores e, especialmente, menos tremidas, em função de exposições mais prolongadas.

Também como seu irmão menor, o G2, o G Flex tem a câmera ao lado dos botões liga/desliga e volume. O flash LED também está ali mas, na prática, ele é pouco efetivo ? como em todos os smartphones, ao que parece. Os modos de fotografia Normal, Disparo e Reparo, Tom Dinâmico (HDR), Automático Inteligente, Esporte Noite, além de Panoramica, Panoramica VR, Disparos contínuos, Câmera Dupla e Captura prévia de imagens também entregam um excelente resultado. Desde que haja boas condições de luz, claro.

Mais uma vez, o formato do aparelho favorece na hora de usar a câmera. Sendo ligeiramente curvado e com uma tela de 6 polegadas, é possível uma boa ?pega? e uma excepcional visualização das imagens. Falta um botão dedicado à captura, mas nada que comprometa a usabilidade.

No geral, o G Flex tem uma câmeras respeitável. Seria bem melhor, claro, com o famoso OIS (básico em qualquer câmera que se preze hoje em dia). Não chega no nível dos ?cameraphones? da Nokia, claro. Mas você vai conseguir ótimos registros com ela e aposentar de vez sua point-and-shoot.

A câmera frontal, de 2,1 megapixels é aquela que chamamos de básica. Enquanto outros aparelhos entregam versões de 5 megapixels (até mantendo uma certa proporção de relação frontal/traseira entre um terço), o G Flex mantém o padrão do G2. Imagens boas, simples, bonitinhas, mas extremamente limitadas. Funciona bem para videochamadas, mas não espere selfies espetaculares.

Custo-benefício

O LG G Flex ainda não foi lançado no Brasil ? a previsão é de que ele chegue às lojas ainda no primeiro trimestre. Na Coreia do Sul, Índia e Inglaterra, onde o aparelho é vendido, sua versão desbloqueada sai pelo equivalente a US$ 940 (algo em torno de R$ 2.200, em conversão direta). Qual a mágica que a LG vai fazer para que, no Brasil, seu preço não atinja a estratosfera, ainda não sabemos. Mas que ele vai ser caro, disso não há dúvidas.

Tendo seu preço em mente, cabe uma análise: vale a pena comprar o LG G Flex? Se você pode pagar, sim. Trata-se do segundo celular curvado no mercado ? o primeiro foi o Galaxy Round. Algo como um privilégio. Ele ainda tem alguns contras, como a resolução de tela e a câmera mediana, mas muitos prós (formato, autonomia, hardware, som, ?fator de cura?...). E sim, o formato é um pró, ainda que não tenha sido totalmente compreendido. No geral, o LG G Flex é a prova de que a LG voltou forte para o jogo e vai buscar seu pedaço no mercado.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES