Tecnologia usa o corpo humano como uma extensão da internet

“O corpo humano pode ficar ligado à internet através do celular”, diz diretor de inovação da Ericsson.

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Imagine abrir uma porta apenas tocando na maçaneta, confirmar uma compra simplesmente tocando no caixa ou imprimir um documento ao colocar a mão sobre a impressora. O ser humano tem um instinto natural para o toque e um corpo que pode funcionar como uma rede. Aproveitando esta característica, a empresa de tecnologia Ericsson desenvolveu uma tecnologia de acoplamento capacitivo chamada Connected Me, que utiliza as características elétricas do corpo humano, que podem ser modeladas, para transferir dados de um dispositivo a outros.

O Connected Me é "uma tecnologia capaz de conectar dados de uma pequena rede com o mundo afora através do toque", explicou o diretor de inovação da Ericsson, Jesper Rhode, em entrevista ao Terra. "O corpo humano pode ficar ligado à internet através do celular", acrescentou.

Rhode diz que com a funcionalidade é possível transmitir sinais e transferir dados a outros dispositivos móveis que tenham o mesmo recurso. É possível, por exemplo, fazer com que uma música armazenada em seu smartphone seja reproduzida em caixas de som, ou exibir um arquivo de vídeo em um monitor, bastando apenas tocar nos dois dispositivos.

A tecnologia poderá ser aplicada na medicina, ao ser utilizada com roupas "inteligentes", e ajudar a monitorar os níveis de atividade do corpo. De acordo com Rhode, o recurso ajudará em diagnósticos e tratamentos. "O corpo virando uma extensão da internet certamente beneficiará determinados pacientes e até indivíduos que tenham alguma deficiência".

No futuro, a funcionalidade também ajudará a simplificar tarefas como fazer check-in antes de uma viagem aérea, afirma ele."O sistema identifica o usuário e pode ser usado para abrir uma área de acesso restrito, por exemplo, pois o Connected Me armazena diversos dados pessoais", explicou.

Essa identificação também serve para coletar dados de outros usuários. Por exemplo: durante um evento, você foi apresentado a alguém e apertou a mão desta pessoa - se ela estiver usando o Connected Me, é possível checar informações sobre ela posteriormente, pois estas ficarão armazenadas no smartphone.

E como funcionam a privacidade e a segurança do Connected Me? Conforme Rhode, padrões de segurança foram desenvolvidos e o usuário pode configurar suas permissões de acesso a dados, da mesma forma que acontece com o Bluetooth, tecnologia de transmissão de dados sem fio também desenvolvida pela Ericsson.

"No início, ninguém acreditava muito no Bluetooth, mas hoje é uma tecnologia presente na maioria dos dispositivos", lembrou Rhode, prevendo que em 2020, o Connected Me já será uma realidade presente na vida das pessoas.

Ele disse que a nova tecnologia foi aprimorada nos útimos anos e que já apresenta uma velocidade de transmissão de 6 a 10 Mbps, como demonstrado em eventos como o Mobile World Congress deste ano, em Barcelona, Espanha. Entretanto, ainda não há uma previsão oficial de lançamento do Connected Me no mercado. "Estamos em processo de registro de patentes", pontuou.

Tampouco foi aberto um programa de larga escala para desenvolvedores, porém, Rhode afirma que a Ericsson está aberta ao diálogo com interessados em trabalhar com o conceito Connected Me. A empresa mantém um site (http://www.ericsson.com/networkedsociety/connected_me) com mais informações sobre a tecnologia.



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