Polícia Civil indicia médico e estudante por estuprar e dopar jovem

A delegada diz que as investigações apontam indícios para o crime

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A Polícia Civil indiciou nesta quarta-feira (24) o médico e o estudante de medicina acusados de dopar e estuprar uma jovem em Petrópolis, na Região Serrana do Rio. O crime aconteceu no dia 31 de agosto e a polícia teve acesso a mensagens enviadas por aplicativo de celular onde a dupla diz "bora [sic] deixar essa mulherada louca!".

A delegada Juliana Ziehe, titular da 106ª Delegacia de Polícia, pediu na Justiça que a prisão do médico residente Lucas Pena de Oliveira e do estudante de medicina Guilherme Amorim Tobias seja convertida de temporária (que dura no máximo 60 dias) para preventiva (até que o caso seja concluído).

As investigações apontam indícios suficientes da autoria do estupro por parte do médico e da participação do estudante, que forneceu a droga para dopar a vítima. A vítima denunciou o crime 15 dias depois de sofrer a violência e, ainda assim, o exame de corpo de delito comprovou que o ato sexual foi violento.

Os suspeitos estão presos desde o dia 1º de outubro. O médico vai responder por estupro de vulnerável, já que a vítima estaria inconsciente, e o estudante por participação no crime.

O advogado de defesa dos acusados afirma que eles foram vítimas de uma armadilha e que vai provar na Justiça a inocência dos dois.

O inquérito policial foi para encaminhado para o Ministério Público. Em nota, o MP disse que denunciou os dois suspeitos por estupro de vulnerável e requisitou a decretação da prisão preventiva dos denunciados.

Segundo o órgão: "De acordo com a denúncia, eles anularam o discernimento e a capacidade de resistência da vítima com o objetivo de praticar ato sexual com ela".

Ainda de acordo com o MP, o crime de estupro de vulnerável (artigo 217 do Código Penal) prevê pena de oito a quinze anos de prisão.

Operação Tarja Preta

O médico residente de ortopedia e o estudante de medicina foram presos na Operação Tarja Preta. Segundo Juliana Ziehe, o crime aconteceu em uma festa de medicina no dia 31 de agosto. De acordo com as investigações, o médico drogou a jovem com ecstasy.

Ainda de acordo com o inquérito, a droga foi fornecida pelo estudante de medicina, que também apresentou a vítima para o médico.

"Os autores trocaram mensagens de WhatsApp onde narram que já levariam para a festa 'MD para dar para mulherada', o que deixa evidente a intenção de drogar vítimas na festa", contou a delegada.

Ainda de acordo com Juliana, a polícia encontrou maconha, remédio de tarja preta sem receita e de uso controlado, e o aparelho de celular em que estavam as mensagens ao cumprir um mandado de busca e apreensão na casa do médico em setembro.

"O estudante foi quem apresentou a jovem para o médico. A menina foi levada para a casa do médico, onde tudo aconteceu. No dia seguinte, quando ela acordou, os dois estavam dentro do quarto", afirmou Juliana.

Depoimentos

Na época, os suspeitos foram levados para a 106ª Delegacia de Polícia e, em depoimento, falaram o sobre o caso.

"O médico diz que a vítima tomou a droga de forma consciente, que sabia o que estava ingerindo e que teve relação sexual com ele de forma consciente e voluntária", explicou a delegada. No entanto, ele confessa que em determinado momento ela teria sentido dor e "pediu para ele esperar', acrescenta Juliana.

O médico também falou sobre os remédios encontrados na casa dele.

"Ele prestou um termo um pouco contraditório com relação aos remédios tarja preta. Ele diz que as anfetaminas que ele possuía foram prescritas pelo neurologista dele, que cuida dele desde a infância. Mas não sabe dizer quem é esse médico, não informa o nome. Depois diz que quem prescreve são amigos de residência", disse Juliana.

Já o estudante de medicina negou, em depoimento, qualquer participação no crime. Sobre as drogas ele ficou em silêncio, afirmando que "este é um assunto particular da vida dele".



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