Rocha Loures divide cela de 25m² com até 9 presos na Papuda

Ele está detido no mesmo bloco que abriga políticos condenados

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O ex-deputado e ex-assessor do presidente Michel Temer, Rodrigo Rocha Loures, divide uma cela com outros nove presos no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, desde a tarde desta quarta-feira (7). Por decisão judicial, Loures está detido no mesmo bloco que abriga políticos condenados, ex-policiais e detentos com ensino superior – os chamados presos especiais.

As informações foram confirmadas pela Secretaria de Segurança Pública do DF. Segundo a pasta, Rodrigo Rocha Loures está na ala A do bloco 5 do Centro de Detenção Provisória (CDP). No caso de uma condenação definitiva, Loures e qualquer outro ocupante do CDP segue para as celas "comuns", em outros prédios do complexo.

Em geral, políticos que chegam ao presídio da Papuda ficam no mesmo bloco, mas em outra ala. Até as 18h, segundo o governo, não havia uma definição exata da cela a ser ocupada por Loures e, por isso, não era possível dizer quem seriam os companheiros dele no alojamento.O CDP não tem celas individuais. A maioria dos "quartos" tem 25 metros quadrados e três treliches, com capacidade para até 9 pessoas. O único aparelho eletrônico permitido é uma televisão, que deve ser comprada pelos próprios presos – na maioria das celas, essa aquisição já foi feita.O bloco abriga outros detentos "famosos", como o ex-senador Luiz Estevão e o doleiro Lúcio Funaro. Presos no mensalão, o publicitário Ramon Hollerbach e o banqueiro Henrique Pizzolato chegaram a cumprir pena no local, mas ganharam direito ao regime semiaberto no último mês.

VISITAS E BANHOS DE SOL

A rotina de banhos de sol e de visitas no Centro de Detenção Provisória é bastante similar à dos demais presos, mas obedece a algumas regras especiais.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, os banhos de sol são diários, e permitem a saída das celas por duas horas. Cada ala sai em um horário e, por isso, não há contato com os detentos de outras áreas do prédio. Essa periodicidade é determinada pela Lei de Execuções Penais.

A visitação de parentes também é parecida. Rocha Loures poderá cadastrar o nome de dez pessoas (sendo nove parentes e um amigo) e, a cada semana, quatro deles podem comparecer ao presídio. A diferença é que essa visita acontece às sextas-feiras, e não às quartas e quintas, como nos outros prédios.

Cada detento pode cadastrar até 10 pessoas, sendo 9 parentes e 1 amigo. A cada semana, podem receber até 4 desses 10 cadastrados, que precisam passar por revista íntima no acesso ao local. As restrições não se aplicam a advogados.

OUTRA CARCERAGEM

Loures chegou ao complexo da Papuda por volta das 16h30 desta quarta. Antes, passou quatro dias detido na carceragem da superintendência da Polícia Federal em Brasília, em uma cela de 9 metros quadrados. Lá, ele não dividia o espaço com outros detidos.

Rocha Loures foi preso preventivamente no último sábado (3). Em março, ele foi flagrado pela PF recebendo em São Paulo uma mala com R$ 500 mil. Segundo delações de executivos da JBS no âmbito da Operação Lava Jato, o dinheiro era a primeira parcela de uma propina que seria paga por 20 anos.

Inicialmente, ele prestaria depoimento na manhã desta quarta, antes de ser transferido. A PF, porém, decidiu adiar a fala para a próxima sexta. A transferência para a Papuda só aconteceria depois do depoimento, mas a mudança inverteu os planos.

O advogado de Loures, Cezar Bitencourt, disse que, se o adiamento não fosse concedido, a orientação era para seu cliente se manter em silêncio durante a audiência.

Segundo a PF, o adiamento ocorreu para esperar a manifestação do ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre pedido da defesa, que quer o depoimento 48 horas após ter acesso a todo material da investigação.



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