Invasão em Brasília repercute na imprensa internacional; acompanhe!

O tema foi o principal destaque nas capas de praticamente todos os grandes veículos internacionais de imprensa

reprodução | reprodução
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

A invasão de Brasília por bolsonaristas que depredaram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto foi destaque da imprensa internacional nesta segunda-feira (9/1). O tema foi o principal destaque nas capas de praticamente todos os grandes veículos internacionais de imprensa, como New York Times, Wall Street Journal, Financial Times, Economist e El País — entre outros.

O jornal espanhol El País publicou um editorial intitulado "Ataque à Democracia no Brasil" em que opina que "Lula terá que impor a lei e punir sem atenuantes os culpados da agressão".

Golpistas invadiram o Palácio do Planalto (Foto: Agência Brasil)

O El País criticou Bolsonaro, dizendo que o ex-presidente "esperou várias horas antes de falar da Flórida, para onde foi para evitar comparecer à cerimônia de transferência de poder".

"Só após o fracasso do ataque ele afirmou que 'invasão de prédios públicos está fora de regra' e repudiou as acusações que o implicavam no atentado.

Leia Mais

Foram palavras tardias, mesquinhas diante da gravidade dos acontecimentos e que mostram, mais uma vez, o perigo que Bolsonaro sempre representou para a democracia", afirma o jornal espanhol em seu editorial.

"Por trás do que aconteceu [em Brasília] está, em última análise, não apenas a incapacidade de Bolsonaro de aceitar a derrota, mas o veneno de uma estridente extrema-direita que, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil e em outros países, não é capaz de aceitar as regras do jogo democrático e procura por todos os meios, incluindo a força bruta, tomar o poder."

"O episódio vivido neste domingo em Brasília, como o ataque ao Capitólio (nos EUA) há dois anos, deve servir como lembrete do enorme perigo que representam esses movimentos radicais e da necessidade de as forças democráticas permanecerem unidas e evitarem dar-lhes oxigênio." O editorial conclui que Lula não terá uma "jornada fácil" pela frente para lidar com a crise política no Brasil.

"Seu antecessor deixou um país quebrado e a gravíssima crise deste domingo só aprofundou essa fratura. Para superá-la, Lula terá que impor a lei e punir os culpados sem atenuantes, mas também apelar para os valores que lhe permitiram vencer nas urnas e avançar em um caminho que permita aos brasileiros recuperar a normalidade democrática."

A revista britânica The Economist comparou a invasão de Brasília ao ataque ao Capitólio em 2021 por apoiadores do ex-presidente Donald Trump.

"Mas se os distúrbios em Washington revelaram lapsos na inteligência e na coordenação da polícia, a versão brasileira sugere que há algo mais sinistro. Embora não haja evidências de que a polícia foi cúmplice da insurreição, eles foram, no mínimo, passivos.

Logo após o início da invasão do Congresso em Brasília, um grupo de policiais foi flagrado conversando com manifestantes, tirando selfies e filmando o caos, em vez de agir para detê-lo", escreveu a revista.

"Os pedidos de reforço do chefe da polícia do Senado ao governador do Distrito Federal, que é aliado de Bolsonaro, foram ignorados até o final da tarde. (Em uma aparente tentativa de livrar sua cara mais tarde, ele demitiu seu secretário de segurança, que foi ministro da Justiça de Bolsonaro.)"

A revista afirma que o governo Lula precisará concentrar seus esforços em lidar com essa crise, adiando qualquer outro plano.

"A intervenção federal dá ao governo de Lula amplos poderes para investigar e demitir qualquer policial que tenha violado seus deveres por causa de suas convicções políticas. Isso poderia dar início a esforços de reforma semelhantes em outros Estados brasileiros.

Isso pode desviar a atenção de outros assuntos urgentes, como uma série de reformas econômicas urgentes. Quaisquer reformas que exijam mudanças constitucionais terão que esperar até que a intervenção federal termine."

"Depois de anos de tumulto político e econômico, os brasileiros estão desesperados por estabilidade. Eles vão ter que esperar um pouco mais", diz a Economist.

O jornal americano The New York Times disse que a invasão de Brasília "foi o ápice violento de incessantes ataques retóricos aos sistemas eleitorais do país por parte de Bolsonaro", que fez falsas alegações contra a eleição de outubro, quando foi derrotado por Lula.

O New York Times afirma que Bolsonaro está "entocado há milhares de milhas na Flórida", enquanto a violência ocorria em Brasília. Em outro artigo, o jornal americano comparou a invasão de Brasília com o ataque ao Capitólio.

Em ambos os casos, segundo o jornal, os movimentos foram fomentados por líderes derrotados nas urnas que acusaram fraudes eleitorais sem provas — Donald Trump e Jair Bolsonaro.

O jornal americano Washington Post destacou o papel das redes sociais na depredação de Brasília por bolsonaristas.

"Nas semanas que antecederam os violentos ataques de domingo ao Congresso do Brasil e outros prédios do governo, os canais de mídia social do país estavam cheios de apelos para que se atacasse postos de gasolina, refinarias e outras infraestruturas, bem como para que as pessoas viessem a uma 'festa do grito de guerra' na capital, de acordo com pesquisadores brasileiros de mídia social."

"Pesquisadores brasileiros disseram que entre os apoiadores de Bolsonaro, uma contranarrativa começou a circular no domingo, culpando o governo Lula e pessoas do partido de Lula por se infiltrarem em manifestações pacíficas e democráticas para virar o país contra os apoiadores de Bolsonaro.

A contranarrativa também lembra a insurreição de 6 de janeiro, na qual muitos apoiadores de Trump culparam ativistas de esquerda pela violência."

O britânico Financial Times destacou que "embora os prédios do governo estivessem desocupados e o Congresso não estivesse em sessão, as violações provavelmente levantarão dúvidas sobre a segurança das instituições políticas e judiciais do Brasil. O incidente também apresenta escolhas difíceis para Lula, que assumiu a presidência há apenas uma semana prometendo unir a nação, mas estará sob pressão para reprimir os apoiadores radicais de Bolsonaro".



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES