Lula, ausente, e Bolsonaro são alvos de candidatos no debate do SBT

Já no primeiro bloco, Bolsonaro foi questionado sobre o orçamento secreto no Congresso e o veto à correção da alimentação escolar

Debate do SBT | Maria Isabel Oliveira
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O segundo debate entre os candidatos à Presidência, promovido pelo SBT e um pool de veículos de comunicação neste sábado, é marcado pelos ataques ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que não compareceu ao evento, e ao presidente Jair Bolsonaro (PL), líderes nas pesquisas de intenção de voto. 

Debate com candidatos a Presidente, realizado pelo SBT Foto: Maria Isabel Oliveira 

Já no primeiro bloco, Bolsonaro foi questionado sobre o orçamento secreto no Congresso e o veto à correção da alimentação escolar. Já Lula foi acusado de "fugir" e não saber como explicar suas propostas. 

Primeira a perguntar, Simone Tebet (MDB) questionou a Bolsonaro por que o governo não dá prioridade às crianças no Brasil, em referência ao veto do presidente ao reajuste da merenda escolar. Ao responder, o atual presidente afirmou que o Orçamento é feito junto com o Legislativo e ainda não foi votado pelo Congresso. Ele ressaltou que a própria Simone, como senadora, poderá votar na questão.

— O Orçamento é feito em quatro mãos, por Executivo e Legislativo. O orçamento não foi votado ainda. A senhora votou para derrubar meu veto ao orçamento secreto. A responsabilidade de governar é do Executivo e Legislativo — respondeu o presidente.

— Tirou dinheiro de creches e escolas para pagar orçamento secreto, pagar apoio. Isso é corrupção. As crianças estão comendo bolacha — rebateu Tebet. 

Em outro bloco, Bolsonaro buscou novamente se desvincular do pagamento do orçamento secreto, apontado como meio para seu governo manter apoio no Congresso, e chegou a dizer que não sabe para onde os recursos federais, executados pela União, são distribuídos:

— Eu vetei o orçamento secreto. O Congresso derrubou o veto. Eu não tenho qualquer acesso ao orçamento secreto. Esse dinheiro, os R$ 8 bilhões atualmente, seriam muito melhor distribuir para outras áreas do governo. Eu não sei para onde vai o dinheiro do orçamento secreto.

O tema também voltou a ser abordado por Soraya Thronicke (União), que criticou a falta de prioridade do governo na definição do Orçamento federal.

— Quem vetou o aumento da merenda escolar, mas gasta milhões com leite condensado, quem cortou orçamento da farmácia popular, e manteve viagra, atrasou vacinas, mas distribuiu prótese peniana para seus amigos, foi o atual governo. Não estaria aqui se tivesse sido honesto, se não tivesse mentido para todos nós brasileiros. Estragaram a reputação de uma direita brasileira que estava nascendo — atacou a candidata.

Em resposta, Bolsonaro afirmou que a senadora também utilizou o orçamento secreto. O presidente ainda chamou Soraya, sua antiga aliada, de “estelionatária”, por ter sido eleita ao se apresentar como "senadora de Bolsonaro", em 2018, mas rompido com ele após as eleições.

— Soraya, você fez uso de R$ 114 milhões de do orçamento secreto. Você fala que ajudou a me eleger, mas foi uma estelionatária nas eleições. A compra que fiz foi para cura da disfunção erétil, isso é usado por todos os estados. 

Voto útil

Já Ciro Gomes (PDT) mirou a ausência de Lula no debate. O ex-presidente, que condicionou sua participação em debates à formação de um pool de emissoras, também foi convidado a participar, mas anunciou na sexta-feira que não iria ao evento. O petista alegou que já tinha agenda marcada no Rio e em São Paulo neste fim de semana e precisaria de, ao menos, um dia para se preparar. A bancada de Lula, vazia, foi mantida no cenário e apontada pelo mediador, Carlos Nascimento. Ele informou que o petista foi convidado, "mas não quis participar do debate".

— Lula produziu uma onda de propaganda que é a seguinte: todo mundo que não for lula é fascista. E ele tem uma oportunidade de caracterizar como fascista o Bolsonaro. Ao invés de vir aqui, foge, desrespeitando você — afirmou Ciro.

No segundo bloco, Tebet usou a ausência do primeiro colocado nas pesquisas para rebater o discurso de voto útil, um dos focos da campanha de Lula na reta final.

— Essa é a eleição mais importante da história do Brasil desde muito tempo, não pode ser uma votação pelo medo, mas pela esperança. Como vamos votar num candidato que não tem coragem de vir ao debate apresentar suas propostas num momento de maior complexidade da história? Vamos dar um cheque em branco, um tiro no escuro? — questionou a emedebista. 

Linha auxiliar

Em duas oportunidades de perguntar no debate, Bolsonaro escolheu questionar Padre Kelmon (PTB), que substituiu Roberto Jefferson (PTB), cuja candidatura foi barrada pela Justiça. Ao longo do debate, o candidato do PTB atuou como linha auxiliar do presidente. Na primeira pergunta, Bolsonaro citou abusos cometidos pelo governo de esquerda da Nicarágua. Na segunda, perguntou a opinião de Padre Kelmon sobre o pagamento do auxílio de R$ 600 aos mais pobres.

— O senhor fez muito pelo país. Estamos vendo um massacre de partidos que se juntaram para bater num presidente com falácias. Será que o presidente não fez nada de bom? O nosso país não sofre mais graças às políticas do nosso ministro Paulo Guedes. Vocês não falam a verdade e falam do governo petista, de Dilma e Lula. O presidente aumentou o poder de compra desse povo — respondeu Padre Kelmon.



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