Afasia: Conheça a doença que fez Bruce Willis se aposentar

A afasia consiste em um transtorno de linguagem que ocorre após uma lesão cerebral e acomete adultos e idosos.

Bruce Willis sofre de afasia, um distúrbio na fala | Divulgação
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A família de Bruce Willis anunciou, nesta quarta-feira(30), que o ator vai interromper a carreira após ter sido diagnosticado com afasia. Mas que doença é essa que fez o ator se aposentar? A afasia consiste em um transtorno de linguagem que ocorre após uma lesão cerebral e acomete adultos e idosos. 

A causa mais comum é o AVC, mas também pode ser causada por tumores cerebrais, encefalites, traumatismos cranioencefálicos, entre outras. Esse  transtorno de linguagem pode alterar a fala, a compreensão, a leitura e a escrita e assim comprometer  a comunicação do indivíduo em diversos graus. 

De acordo com o National Aphasia Association, estima-se que 1 milhão de pessoas nos Estados Unidos tenham uma  afasia e que ocorram 180.000 casos novos por ano.

Bruce Willis interrompe carreira de ator após ser diagnosticado com afasia | FOTO: Divulgação

Tipos 

Esse tipo de lesão pode afetar o hemisfério cerebral esquerdo, responsável pelas capacidades de falar, ler, escrever e compreender. Mas cada um desses aspectos da linguagem está localizado em uma parte diferente, por isso existe mais de um tipo de afasia.

Pessoas com afasia de Wernicke podem dizer muitas palavras que não fazem sentido, ou palavras erradas, além de juntar uma série de palavras sem sentido que soam como uma frase, mas não fazem sentido.

Na afasia de Broca, as lesões nas regiões frontais do hemisfério esquerdo do cérebro afetam a forma como as palavras são unidas para formar frases completas. O quadro é caracterizado pela dificuldade em formar frases completas, a elaboração de sentenças que não se parecem com uma frase, problemas para entender expressões, além de erros ao seguir instruções como esquerda e direita.

Já a afasia global é fruto de um acidente vascular cerebral que afeta uma porção extensa das regiões frontal e traseira do hemisfério esquerdo do cérebro. Os sintomas incluem dificuldades tanto no entendimento como na formação de sentenças.

Afasia progressiva primária

A afasia progressiva primária, por sua vez, é uma doença neurodegenerativa caracterizada como um quadro de demência progressiva, cujo principal acometimento é a linguagem.

“A doença impacta a habilidade de falar, compreender, nomear, ler e escrever. Tudo isso é o que compreende a linguagem do ser humano. A afasia progressiva primária inicia o quadro neurodegenerativo pegando a linguagem como a principal característica”, explica o neurologista Diogo Haddad, da Unidade Campo Belo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

De forma diferente de outras doenças neurodegenerativas como o Alzheimer, que afeta principalmente os recursos da memória, os primeiros sintomas da afasia progressiva primária podem surgir como sinais de dificuldade para completar frases, nomear objetos, além de alterações na fluência da fala.

O neurocirurgião e neurocientista do Hospital das Clínicas de São Paulo, Fernando Gomes, apresentador do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, da CNN, explica que a manifestação clínica ocorre por acometimento degenerativo de neurônios e circuitos neurais presentes na região frontal do cérebro.

“A adoção de um estilo de vida saudável e o estímulo das funções mentais podem ajudar em síndromes demenciais como a afasia progressiva primária”, afirmou Gomes.

O neurologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz explica que, assim como as demais doenças neurogenerativas relacionadas à demência, a afasia progressiva primária não tem uma causa específica. “Não sabemos o que é o ponto de gatilho que leva ao desenvolvimento da doença. Temos uma ideia de como é a fisiopatologia de todas as doenças, mas não sabemos o estímulo, a explicação do porquê algumas pessoas têm e outras não”, afirmou.

Segundo Haddad, as causas são consideradas multifatoriais. O desenvolvimento da doença inclui características genéticas e fatores externos relacionados ao ambiente, como tabagismo e doenças prévias, como diabetes, hipertensão e outros agravos cardiovasculares.

Diagnóstico

Para realizar o diagnóstico, primeiro é preciso descartar a hipótese de que se trate de alguma doença que possa ter sintomas semelhantes. Em um segundo momento, o paciente é submetido a uma investigação de escalas cognitivas para constatar as alterações de linguagem. Por fim, exames de imagem, como a ressonância magnética e a tomografia computadorizada (PET-CT), podem indicar o local afetado do cérebro e contribuir para o diagnóstico.

Com informações da CNN



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