Autismo entre mulheres adultas têm aumentado; entenda o motivo

O diagnóstico do distúrbio entre mulheres (ainda mais na idade adulta) tem aumentado na última década

O autismo feminino é um tema que despertou o interesse de cientistas | Reprodução: Internet
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O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento que experimentou um boom muito importante nas últimas décadas. A cada dia, ferramentas mais precisas estão disponíveis para detectá-lo e abordar as ressonâncias no dia a dia de quem o apresenta. Falar sobre o autismo feminino é um tema que despertou o interesse de cientistas, para saber como é o seu diagnóstico, o que reduziria a probabilidade de mulheres e meninas serem identificadas como autistas e se beneficiarem das múltiplas formas de terapia disponíveis para esta condição.

O diagnóstico do distúrbio entre mulheres (ainda mais na idade adulta) tem aumentado na última década. Enquanto que, em 2012, os meninos tinham 4,6 vezes mais chances de receber um diagnóstico do que meninas, em 2018 essa proporção caiu para 4,2 para 1 menina. Segundo números divulgados pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos em 2023, o número despencou para 3,8 meninos para uma menina.

A nova análise foi baseada em registros de saúde e educação com mais de 220 mil crianças americanas, e revelou um recorde: a taxa de autismo em mulheres ultrapassou 1%; este índice, apesar de ser um levantamento realizado nos USA, reflete um cenário global. Para Jaqueline Bifano, psiquiatra da infância e adolescência, "Essa mudança tem ocorrido porque, hoje, os profissionais de saúde estão mais especializados em descobrir a doença".

Sintomas do autismo 

Entre mulheres, os sintomas do autismo muitas vezes passam despercebidos. Estudos mostram que meninas com autismo são mais propensas a camuflar as diferenças de comportamento, imitando as pessoas ao seu redor. "Os homens têm características mais marcantes, como comportamento repetitivos, estereotipias. A rigidez no comportamento, as alterações sensoriais, a dificuldade na fala, e principalmente a dificuldade de interação intersocial dos meninos é muito mais evidente do que nas meninas", diz a especialista Jaqueline.

A especialista acrescenta: "Meninas, geralmente, têm maior facilidade em imitar outras meninas…então elas mascaram os sintomas. Assim, os sintomas nas meninas ficam menos evidentes, mais leves. As mulheres têm melhor capacidade de comunicação e interação social. Então, elas conseguem imitar melhor outras pessoas". Com fortes origens genéticas, análises mostram que meninas autistas tendem a carregar mais mutações do que meninos. Segundo Jaqueline, isto está relacionado ao tamanho do córtex cerebral  das mulheres, que normalmente é um pouco maior que o dos homens.  

Outro fator que interfere no diagnóstico adequado do autismo entre meninas é relacionado à cultura. Mulheres costumam ser tratadas de maneira diferenciada pelos adultos, recebem ordens para sorrir, interagir e ser incentivadas participar de mais brincadeiras em grupos. O diagnóstico do transtorno varia de acordo com a idade do paciente. Médicos psiquiatras, pediatras ou neurologistas podem ajudar na avaliação clínica. No caso de crianças ou adolescentes, a observação de comportamentos por parte dos pais, educadores ou psicólogos ajuda na descoberta do distúrbio, uma vez que não existe marcador biológico específico para o autismo.

Já o diagnóstico em adultos é mais difícil, já que, em idades mais avançadas, os sintomas de autismo podem ser confundidos com sinais de outras doenças mentais, como a ansiedade ou o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). Ainda assim, a avaliação é importante para que o paciente possa procurar tratamento e terapias adequadas, com a intenção de diminuir os sinais e efeitos colaterais do distúrbio no cotidiano.



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