Coletor menstrual: tire suas dúvidas e conheça as vantagens

O pequeno copinho de silicone fica posicionado na vagina, perto do colo do útero, e coleta o sangue fazendo vácuo.

Coletor menstrual | Reprodução
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Para muitas mulheres o período menstrual pode ser resumido em desconforto, dores agudas e insegurança. Mas você sabia que um bom método de absorção do sangue pode ajudar a encarar esses dias? Estamos progredindo no tema. Antigamente, os absorventes de pano eram muito comuns. Com o passar do tempo, a tecnologia avançou e foram criados os absorventes de algodão descartáveis.

Mesmo que sejam muito práticos, os absorventes internos e externos descartáveis podem ser prejudiciais à saúde da mulher a longo prazo, além de serem ruins para o ambiente. Esses métodos de absorção podem irritar a vulva e a vagina, causando alergias, facilitando a proliferação de fungos e bactérias, além de não serem muito confortáveis.

Coletor mesntrual (Foto: Inciclo)

Pensando nisso, há no mercado duas opções que estão em alta entre quem menstrua: o coletor menstrual e a calcinha absorvente. As duas marcas mais conhecidas são a Inciclo e a Pantys, que têm muitas adeptas no Brasil, inclusive famosas.

Como esses métodos funcionam?

Coletores

Esses pequenos copinhos de silicone ficam posicionados na vagina, perto do colo do útero, e coletam o sangue fazendo vácuo. No começo pode ser difícil encontrar o jeito mais confortável de colocá-los, mas, uma vez com vácuo, ele nem parece estar lá.

“É feito 100 % em silicone hipoalergênico e consegue coletar o fluxo menstrual por até 12 horas seguidas. Depois de usá-lo, é só retirar, lavar com sabão neutro e pronto; já pode colocá-lo novamente. É confortável, evita infecções, mau cheiro e não permite a proliferação de bactérias”, diz a marca.

Existem diferentes tamanhos, que são próprios para mulheres que já tiveram filhos ou não: Modelo A – Recomendado para mulheres com mais de 30 anos ou com filhos. Modelo B – Recomendado para mulheres sem filhos e com menos de 30 anos. Modelo Teen – Indicado para usar desde a primeira menstruação até os 19 anos.

Também existe o disco menstrual da mesma marca, que serve para quem quer usar o coletor mas não quer abrir mão da vida sexual durante o período menstrual. A parte de baixo dele é arredondada e de um silicone mais maleável, que permite a penetração sem incômodo.

Segundo Mariana Bertioli, CEO da Incliclo, a marca foi pioneira em trazer a tecnologia dos coletores menstruais para o Brasil. “Ninguém conhecia, e achei fantástica a ideia. Percebi que seria a solução para o desconforto da menstruação, especialmente no Brasil, já que por aqui não havia nada parecido no mercado. Com isso, enxerguei também uma grande oportunidade de negócio”, conta.

Os coletores, assim como as calcinhas absorventes – que explicamos mais adiante -, também são mais econômicos e melhores para o meio ambiente, já que não produzem tanto lixo. “Em média, as mulheres gastam quase 9 mil reais em absorventes descartáveis, o que dá, aproximadamente, 210 reais por ano. Usando o coletor menstrual, a economia é de 125 reais logo no primeiro ano”, completa Mariana.

“Uma mulher tem em média 520 ciclos menstruais durante sua vida, o que representa um descarte de dez mil absorventes tradicionais por mulher. No mundo todo, estima-se que são 2,5 bilhões de mulheres que menstruam. Só com esses números, a gente consegue imaginar a quantidade de lixo gerado. Todo o impacto ambiental causado pelos produtos descartáveis poderia ser reduzido se baseássemos nossas escolhas em materiais menos poluentes e que podem ser reaproveitados, em vez de usados uma só vez. Do ponto de vista do planeta, não existe ‘jogar fora’.”

Uma grande adepta do coletor é a influenciadora e ex-bbb Hana Khalil. “O coletor é uma válvula para você esquecer que está menstruada, porque realmente você não tem contato com o sangue. Ele fica ali coletando ai depois de 10 horas, você não sente nada, aí você lembra que está menstruada e é só tirar o coletor, limpar e colocar de novo. A menstruação passa voando”, contou à IstoÉ.

Ela usa esse método há quase quatro anos e só tem elogios. “Eu gosto de usar no primeiro dia o absorvente de pano ou a calcinha absorvente, que eu uso da Inciclo também, porque eu tenho muita cólica, porém dá mais trabalho para limpar. O coletor transformou isso em praticidade. É maravilhoso”, continua a ativista.

Para Hana é muito importante alinhar as escolhas do dia a dia com o que é melhor para o meio ambiente e, por isso, ela optou por métodos alternativos de absorção. “O absorvente você tem que comprar muitos por ciclos e centenas por ano, porque é algo descartável. É um lixo absurdo porque é plástico, são materiais muito tóxicos para o meio ambiente. O coletor é reutilizável, dura três anos. Você pode colocar ele pra reciclar, porque é de borracha, é muito menos lixo”, completa.

Sobre a adaptação, que pode demorar um pouco, a influenciadora ressalta que é importante não desistir. Ela mesma já ficou com vazamentos do coletor durante 5 ciclos até entender como era a melhor posição e forma correta de colocar o dispositivo. “Eu fui achando a minha posição ideal, mas pra cada pessoa é diferente. Tem pessoas que preferem colocar deitadas, com a perna levantada, de cócoras. É ótimo, eu demorei um pouquinho a me adaptar, mas depois foi só sucesso”, finaliza.

Calcinha absorvente

As calcinhas absorventes também são uma forma de passar a menstruação de forma mais confortável. Mesmo que seja estranho pensar como uma calcinha pode absorver o sangue, a Pantys é feita especificamente para ajudar quem menstrua a se sentir seca, limpa e segura.

Emily Ewell e Maria Eduarda Camargo, fundadoras da marca, explicam o que as fez ter a ideia de trazer as calcinhas absorventes para o mercado brasileiro: “No Brasil, 90% das mulheres usam absorventes externos descartáveis, enquanto, em outros países, 70% usam absorvente interno e calcinhas absorventes para escape, como backup. Aqui, 4 bilhões de absorventes são descartados todo ano, então vimos uma proposta muito grande de criar impacto para a mulher, trazendo mais conforto e qualidade de vida, e para o planeta, trazendo mais sustentabilidade com um produto ainda mais absorvente que os estrangeiros, podendo substituir completamente o uso de absorventes descartáveis”.

Mas como a Pantys não vaza? “Assim como qualquer produto menstrual, a calcinha possui uma capacidade limite de absorção, e o número de horas vai depender muito de como está o seu fluxo no dia. Nossa tecnologia é patenteada e proporciona tecido de secagem rápida, respirável, anti-bactérias e que absorve todo tipo de líquido, como menstruação, suor, escapes leves de bexiga, corrimento vaginal e outros fluídos naturais”, conta Duda.

Pode ficar tranquila que a calcinha não vai ficar cheirando ou com aspecto pesado. “A calcinha absorvente é um produto ainda mais higiênico que os absorventes comuns, pois a camada da peça que fica em contato com a pele é de fibras naturais, hipoalergênica e antimicrobiana, matando as bactérias e evitando alergias – um problema enfrentado por muitas brasileiras.”

Para higienizar a peça, basta lavá-la na mão ou na máquina de lavar, sempre com água fria. Não pode usar alvejantes nem amaciantes, porque eles prejudicam a camada impermeável. Na hora de secar, também evite o ferro e a secadora.

Assim como o coletor, existem vários modelos de calcinha absorvente, e você precisa escolher o que melhor se adapta a você. Fluxo leve, médio ou intenso, além dos tamanhos de calcinha que você já usa.

Segundo a ginecologista Evelyn Prete, esses dois métodos de absorção – calcinha e coletor – não têm contraindicações, a não ser que você apresente alguma alergia, o que é raro. “É muito difícil alguém ter alergia desses materiais. Inclusive, mesmo mulheres que têm DIU podem utilizar normalmente os coletores menstruais. As calcinhas absorventes têm algumas camadas de absorção, geralmente três, capazes de absorver o fluxo menstrual e manter a pele seca, incluindo uma para impedir o vazamento de sangue. O pano inicial delas é feito à base ou 100% de algodão, sendo confortável e macio para uso”, afirma.

A médica tranquiliza as consumidoras: a calcinha e os coletores não têm relação com a piora da flora vaginal, muito pelo contrário. “Além de opções mais sustentáveis, eles são superconfortáveis e seguros. Não há relação com o aumento ou diminuição de proliferação de bactérias. E, inclusive, não aumentam a incidência de infecções vaginais porque não interferem na questão da circulação de ar, da respiração da vagina, porque não abafa. No caso do coletor menstrual, mesmo ele ficando dentro da vagina, a parte externa fica respirável.” O importante é retirar o coletor após, no máximo, 12 horas, fervê-lo por 5 minutos antes de utilizar em outro ciclo.



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