Confira qual melhor jeito certo de usar banheiro químico no Carnaval

Além da preocupação com vírus e bactérias, há ainda o receio de infecções sexualmente transmissíveis, as chamadas ISTs.

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Os banheiros químicos são a salvação durante o carnaval. Muitas vezes esse tipo de banheiro não oferece as melhores condições de higiene e, nesses casos, a situação só é favorável para os germes.

Além da preocupação com vírus e bactérias, há ainda o receio de infecções sexualmente transmissíveis, as chamadas ISTs. Mas será que é possível se contaminar nos banheiros químicos?

Banheiros químicos em bloco de Carnaval em Ribeirão Preto — Foto: Pedro Martins

Especialistas explicaram ao Terra que há controvérsias, e tudo varia de acordo com o estado do banheiro a ser utilizado. Mas os médicos concordam sobre o que é mais importante: se prevenir e levar o próprio "kit higiene".

O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, Roni Fernandes, explica que não se contrai o vírus HIV, por exemplo, dessa forma. No entanto, partículas virais de outras doenças podem ser encontradas em banheiros químicos que não estejam limpos.

"Já se encontrou, por exemplo, partículas virais de HPV e herpes genital viáveis, bem como agentes como clamídia, cândida, gardnerella, etc. Mas até que ponto são capazes de transmitir essas doenças, não sabemos ao certo", explica.

A médica clínica geral e infectologista Elisabeth Dotti nega que haja possibilidade de contaminação por ISTs em banheiros químicos, exceto se houver relação sexual dentro do espaço e sem proteção. Isso quer dizer que a sujeira não é foco de transmissão de ISTs, mas outras doenças podem surgir, em decorrência do uso do banheiro químico, direta ou indiretamente. 

E não tem nada a ver com infecções urinárias e genitais, esclarece Fernandes. "As infecções possíveis mais comuns, entretanto, não são as urinárias e genitais, como muita gente pensa. E, sim, as gastrointestinais, em função da presença dessas bactérias intestinais, mas também alguns vírus. Importante lembrar que, independentemente de qual banheiro formos utilizar, devemos sempre higienizar muito bem as mãos antes e depois de utilizá-lo", alerta.

Dotti acrescenta que a contaminação acontece, principalmente, pela falta de higiene das mãos. "O cara que é portador da hepatite A, por exemplo... Sai nas fezes, o vírus é fecal-oral. Aí ele não se limpa direito, não limpa a mão direito e pega nos objetos contaminados. Outra pessoa bota a mão e põe a mão na boca", exemplifica.

Importante também deixar o celular guardado durante o uso do banheiro. Até porque, lembra Fernandes, corre-se o risco de o indivíduo carregar consigo todas as bactérias presentes no banheiro.

O que fazer se não há alternativa?

O urologista Roni Fernandes esclarece que, na dúvida entre usar ou não o banheiro químico, segurar as necessidades fisiológicas não é uma boa alternativa, e pode acarretar problemas. Por isso, o ideal é usar um banheiro limpo. Mas, se não for possível, levar um 'kit higiene'.

Vale carregar na bolsa, para amenizar a sujeira do banheiro:

• Álcool 70%;

• Papel higiênico; 

• Lenços de papel;

• Lenço umedecidos, tipo aqueles de bebê.

"A solução dos banheiros químicos é sempre bem-vinda, e recentemente, inclusive, se tornou lei para acolher os portadores de necessidades especiais. Não usar e procurar um local mais adequado, ou não ir para um tipo de evento que não ofereça condições mínimas de limpeza dos banheiros, sempre é uma alternativa, e pode implicar que o gestor tenha um melhor cuidado e planejamento na próxima vez", aconselha Fernandes.

Dotti pondera que, apesar da folia, é sempre bom lembrar de se proteger. "Então, assim, sem água, sem papel, sem álcool, não tem saída. Você tem que ter uma forma de se proteger e a forma de se proteger é a limpeza", conclui.



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