Doenças causadas por relações sexuais desprotegidas geralmente são associadas à penetração. Mas o sexo oral sem preservativos também eleva os riscos de ISTs (infecções sexualmente transmissíveis). O contato com a mucosa da boca e com as secreções facilita a proliferação de vírus e bactérias.
Segundo especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, as mais comuns são gonorreia e sífilis. Nesta última, sintomas como úlceras na região da boca e das bochechas, além de manchas na pele, podem aparecer — e muitas vezes o indivíduo nem sabe que está contaminado por confundir com aftas ou por receber um diagnóstico tardio.
De acordo com Demetrius Montenegro, chefe do setor de infectologia do Hospital Universitário Oswaldo Cruz da Universidade de Pernambuco (UPE), a sífilis está fora de controle no Brasil e merece atenção.
"A maioria das pessoas acredita que é possível se contaminar no sexo só com penetração, mas isso não é verdade", lembra. Além dessas, há o risco de HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano), herpes, clamídia, hepatites e amigdalite gonocócica.
Embora os médicos alertem para o risco de contrair infecções pelo sexo oral, contabilizar o número de contaminados por esse meio é mais difícil, pois muitas doenças são subnotificadas e nem todas as pessoas fornecem informações concretas aos órgãos de saúde.
"Os riscos existem, mas não são calculados exatamente, pois é mais difícil dizer sobre taxas de transmissão de IST a partir de relações isoladas. Geralmente, elas vêm combinadas com relações pelas vias genitais", explica Igor Marinho, infectologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).