Estudante denuncia que motorista da Uber se masturbou em sua frente

Estudante denuncia que motorista da Uber se masturbou em sua frente

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“A minha sensação durante a viagem era só de chegar em casa viva”. Esse é o relato de uma estudante de apenas 19 anos, não identificada, que afirma ter presenciado um motorista da Plataforma Uber se masturbar dentro de um veículo.  A jovem estava no Vale Quem Tem, zona Leste de Teresina, e usou o aplicativo para retornar para casa na zona Sudeste. 

Abalada, ela relata que chegou a ser tocada pelo motorista da Uber que, segundo ela,  se masturbou durante a viagem. “Eu estava no Vale Quem Tem, solicitei um Uber que ainda estava terminando uma viagem e ele ainda demorou um pouco. Assim que eu peguei o Uber, eu sentei na frente e durante a viagem eu percebi algumas coisas estranhas.  Primeiro ele passou a mão assim na minha perna e pediu desculpa, disse que tinha sido 'sem querer'. Eu escutei um barulho de botão, de zíper, como se tivesse abrindo e ele ficava muito tempo tentando tirar a mão do volante e colocando na região íntima dele. Eu percebi que ele estava manipulando o pênis dele e tentando o tempo todo esconder para que eu não visse”, contou a vítima em entrevista para repórter Liana Paiva. 

O percurso durou cerca de 25 minutos. O motorista ainda teria feito perguntas íntimas para a jovem. Para se defender, a estudante tentou orientar o caminho por locais com maior movimentação. “Ele também fazia algumas perguntas, perguntava se eu estava cansada e também ficava dizendo que seria a última corrida dele, porque ele estava cansado e queria descansar e tudo, e aí que eu ficava com mais medo. Além de compartilhar a localização com os meus amigos, eu fiquei escolhendo os trajetos mais movimentados. Eu falava para ele que era para ir por tal avenida, pegar tal balão e seguir reto. Eu fiquei com medo que ele descobrisse que eu tinha percebido que ele estava fazendo isso e, se ele percebesse que eu havia descubrido, ele poderia fazer algo pior”, declarou a vítima. 

Após o caso, a estudante usou seu perfil em uma rede social para relatar os momentos difíceis que passou. Em um dos posts, ela diz que presenciou o motorista da Uber se masturbando ao seu lado. Ela também postou foto do motorista e deu características do veículo em que ele andava. 

“Eu coloquei em um grupo de amigos, eles estavam online, mas eu não falei para eles automaticamente que ele estava se masturbando dentro do Uber. Eu falei para eles que não tinha gostado do Uber e estava achando ele muito estranho, até porque eu não queria criar um alvoroço”, explica a jovem. 

Segundo a vítima, no aplicativo constava que motorista já tinha realizado várias viagens. “Então quantas meninas ele não assediou? Eu publiquei isso  nas minhas redes sociais e uma colega minha respondeu, disse que já tinha pego Uber com ele e que ele ficou ‘cantando’ ela o tempo todo”,  acrescentou.

A jovem chegou a ir no 23º Distrito Policial, no bairro Renascença, mas não conseguiu fazer boletim de ocorrência por problemas no atendimento. Ela deve voltar até uma Delegacia da Mulher para fazer o registro da ocorrência. Se comprovada a denúncia contra o agressor, ele responderá a um termo circunstancial de ocorrência, o que não gera prisão por se tratar de uma contravenção penal.

A delegada do Núcleo de Feminicídio do Piauí, AnaMelka Cadena, explica como costumam agir os agressores. "Se ela descreve um fato que não foi caracterizado por violência ou grave ameaça para prática de um ato sexual, que é que geralmente acontece em transporte público e que são os chamados ‘encochamentos’, inclusive aconteceu um caso que ganhou muita repercussão no Rio de Janeiro, onde o agressor chegou a ejacular no rosto da mulher, então tem situações onde não se vislumbra a violência ou grave ameaça para prática, então você consegue configurar na importunação ofensiva ao pudor, que é uma contravenção", disse AnaMelka.

A delegada alerta para a importância do ato de denunciar.  "O que é preciso que a gente diligencie nesses casos para evitar reiteração dessas condutas, e é necessário que o agressor seja conhecido porque muitas vezes outras mulheres já foram vítimas das mesmas práticas, aí é possível desenvolver mais ações contra esse agressor e para que ele possa ser reprimido de forma mais qualificada”, acrescentou.

A estudante, que já passou por outra situação parecida em outro momento, faz um alerta. “Eu era menor de idade, estava voltando da escola e o ônibus estava um pouco vazio. Eu me sentei em uma daquelas cadeiras grandes, e um homem já de idade e sentou do meu lado, aí então ele começou a manipular o pênis. Choca muito, assusta muito. São várias mulheres que estão morrendo o tempo todo, que são violentadas e vítimas de violência física, psicológica e sexual. É absurdo”,  desabafou a vítima. 



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