Psicóloga diz que autor de incêndio que matou casal sofreu 'surto'

Psicóloga diz que autor de incêndio que matou casal sofreu 'surto'

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A operadora de telemarketing Carla Pereira de Abreu, de 25 anos, que também ficou presa em uma residência em chamas junto com o namorado Luís Pereira Gonzaga, de 54 anos, primeiro a falecer em decorrência das queimaduras, morreu ontem quarta-feira (11) após duas semanas internada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT). 

Os dois estavam dormindo em casa no último dia 30 de junho, quando o cunhado da jovem, José Fernando Pereira Gonzaga, de 47 anos, que sofre de problemas mentais, ateou fogo no quarto do casal. 

Karla teve 50% do corpo queimado. Luís Pereira Gonzaga, que teve 80% do corpo tomado pelas chamas, também não resistiu às graves queimaduras que sofreu durante o incêndio e morreu na tarde do dia 02 de julho.

Em entrevista para a Rede Meio Norte, a psicóloga Jessica Feitosa informou que o homem apontado como autor, José Fernando Pereira, pode ter sofrido surto no momento em que incendiou o casal.

“Ele pode ter entrado em surto e , nesse momento que ele está em surto, ele não tem noção da realidade. Então ele pode até ter ouvido comando ou vozes, que são características da esquizofrenia. Alucinação, delírios fazem parte desse quadro, então nesse momento ele fica completamente fora de si, e começa a agir por impulso e não tem noção do que está fazendo. Por isso, ele pode vir a cometer crimes como foi esse", afirmou. 

Segundo a psicóloga, o acusado não poderia estar em casa na companhia de seus familiares, visto que enfrenta um problema grave e que requer acompanhamento médico presencial, podendo, inclusive, segundo ela, representar um risco para vida das demais pessoas que convive. 

"Acredito que o recomendado seria ele estar internado, uma internação com acompanhamento de profissionais especializados, porque em casa ele realmente estava colocando vidas em risco. Esse tratamento que deram para ele, de colocarem ele de forma segregada, separada, termina prejudicando ainda mais o quadro”, explicou. 

O delegado Francisco Costa, o Baretta, coordenador do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), informou que o inquérito que apura o caso está em andamento. 

“O inquérito já foi devidamente instaurado, já foram ouvidas algumas pessoas e já foi requisitado exame cadavérico do senhor, da primeira vítima; dela também foi requisitado exame de lesão corporal, do que ela sofreu as queimaduras. Ontem ela veio a falecer e nós  requisitamos o exame cadavérico que será devidamente acostado nos autos do inquérito policial. O crime em si já está materializado. E até houve um questionamento “Po que ela não foi ouvida?”, ela não foi ouvida porque ainda estava no hospital e, mesmo assim, não havia prejuízo no depoimento dela. Isso porque o crime está devidamente materializado”, informou o delegado. 

De acordo com o delegado, a DHPP já requisitou relatório com histórico de internação do acusado.  “Nós estamos solicitando ao hospital Areolino de Abreu, e ao Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), todas as informações inerentes a vida de tratamento psiquiátrico desse autor, e por quê? Porque nós estamos diante de um crime hediondo, mas também temos que ter as cautelas da lei porque estamos diante de um autor material, supostamente com histórico de doença mental”, acrescentou. 

O incêndio 

Carla Pereira conseguiu pedir ajuda para quem passava na rua. Mesmo ferida, ela conseguiu ligar para o Corpo de Bombeiros e pedir ajuda para mãe. O homem apontado como responsável pelas duas mortes teria esquizofrenia. 

Segundo a família, ele [autor do crime] foi internado no Areolino de Abreu pelo menos 20 vezes. A convivência em casa era bastante difícil, segundo os familiares. A relação entre os irmãos sempre foi complexa e há cerca de seis meses o acusado teria tentado matar o próprio irmão com marteladas, sendo que a vítima tentou se proteger. 

Luís Pereira instalou uma porta de aço reforçada no quarto para evitar contato do irmão com ele e a esposa. No dia do incêndio, ele teria esquecido de trancar a porta do quarto, momento em que o irmão entrou e usou querosene para atear fogo no local. As chamas se alastraram rapidamente e o casal só conseguiu pedir ajuda através de uma janela que também é reforçada. 

“Ele [acusado] será indiciado, mesmo tendo isso e agora o que vai diferenciar é que se ele for confirmado que ele tem essa doença mental, o meritíssimo juiz, com entendimento do Ministério Público, na instrução julgamento, vai em vez de aplicar pena, ele aplicará uma medida de segurança”, finalizou Baretta. 



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