
A morte é a única certeza humana, e, ao pensar no racismo, vem uma associação que parece necessária para ilustrar o seu significado. Percebemos que existem pessoas que o negam, principalmente aqui no Brasil, porque o mesmo em muitos casos é velado, de todas as formas tentam encobrir essa herança maldita da colonização européia. Então, por isso, é oportuno afirmar que o Racismo é bem pior do que à Morte.
Raul Seixas em uma música falou mais ou menos assim: “Morte tu és tão forte que mata o gado, o rato e o homem”, apesar da mesma ser considerada um segredo inviolável, ninguém nega a sua existência.
De outra forma, o Racismo é estudado por muitos, o movimento negro luta contra ele, mas mesmo assim algumas pessoas, inclusive em destaque social e negro, negam a sua existência. Afirmo isso, porque ontem, no dia da consciência negra, aconteceu um fato triste de evidência do racismo, quando em um supermercado do Brasil, dois seguranças espancaram um homem até a morte. A vítima era uma pessoa com características afrodescendentes, o que gerou um debate público.
A pergunta que se coloca é, se aquele Senhor, mesmo discutindo com uma funcionária do estabelecimento comercial fosse uma pessoa com traços europeus, teria recebido socos e pontapés até chegar a óbito? Em entrevistas de algumas autoridades a evidência clara é que a causa da morte foi asfixia. Não há evidência de racismo. O vice-presidente da república também se manifestou afirmando que no Brasil não existe racismo. E, então, a pessoa morre cruelmente espancada porque existe e expressa seus sentimentos, e, isso é perfeitamente normal aqui na nação brasileira.
Recentemente acompanhamos um homem “branco” em um bairro de elite que fazia caminhada sem a máscara ser abordado por guardas e reagir de forma truculenta, rasgando a multa na frente dos mesmos e os ofendendo de modo muito drástico, não aconteceu nada no momento com esse transgressor. Por qual motivo essa abordagem foi diferente.
Poderíamos citar inúmeros exemplos, inclusive os representantes dos próprios órgãos de segurança reconhecem que o tratamento é diferenciado nos diferentes ambientes – que o tratamento é dado de acordo com a aparência das pessoas. Enfim, é salve-se quem puder. Concluindo o pensamento é melhor saber da existência da morte sem entender, do que sofrer de racismo e ser assassinado sem motivo algum.