Os trabalhadores informais invisíveis do Piauí são os que terão no Brasil maior aumento de renda com Auxílio Emergencial (AE) de R$ 250,00 ou de R$ 200,00.
Se o Auxílio Emergencial for de R$ 200,00, os trabalhadores informais invisíveis terão um ganho de 28% em sua renda.
Sem o AE, esses trabalhadores informais teriam perda de 7%.
Se o Auxílio Emergencial for de R$ 250,00, os trabalhadores informais do Piauí teriam ganho de 34% em sua renda e sem o AE, as perdas seriam de 7%.
Os trabalhadores piauienses informais invisíveis são os que terão maior ganho em suas rendas no Brasil.
Os dados são de estudo do Centro de Estudos de Microfinanças e Inclusão Financeira da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGVCemif), divulgado na tarde de terça-feira (23).
O governo federal estuda um novo auxílio emergencial com parcelas de R$ 200 ou R$ 250.
Segundo estudo do Centro de Estudos de Microfinanças e Inclusão Financeira da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas , se o auxílio for no valor de R$ 200 e os números da pandemia continuarem ruins ou piorarem, as perdas dos trabalhadores "invisíveis informais" não serão compensadas pelo auxílio.
Da mesma forma, em um recorte por estado, um valor de R$ 200 não compensará as perdas "invisíveis informais dos estados mais ricos, tais como São Paulo e Rio de Janeiro. Se o valor for de R$ 250, as perdas são repostas, com pequenos ganhos em relação à renda antes da pandemia.
O estudo foi elaborado a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra por Domicílios - Covid (PNAD-COVID), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com o objetivo de simular os efeitos do Auxílio Emergencial reduzido (R$ 200 ou R$ 250) sobre a renda dos invisíveis e informais em diferentes cenários otimista e pessimista - conforme as prováveis perdas decorrentes da pandemia.
O pessimista se baseia nos dados da PNAD COVID-19 divulgadas em julho (IBGE, 2020) e o otimista, em dezembro (IBGE, 2020).
Dentro de cada um dos cenários foram feitas simulações considerando um novo auxílio emergencial de R$ 200 ou R$ 250, sempre comparando a renda durante a pandemia com a renda usual pré-pandemia.
No caso dos invisíveis ao levar em consideração o Auxílio Emergencial, o ganho para homens é de 5% e, para as mulheres, de 11%, sempre comparado à renda usual pré-pandemia.
Ao analisar especificamente os invisíveis informais, mesmo com o pagamento de um novo benefício, há uma perda de 2% para homens e um ganho de apenas 2% para mulheres.
Ainda no caso de homens e mulheres invisíveis informais, sem o auxílio as perdas de renda são de 30% e 37%, respectivamente, o que denota uma posição de maior vulnerabilidade aos efeitos da crise.
Mesmo com o pagamento de um AE de R﹩ 200, sete estados (todos localizados no centro-sul do país) e o Distrito Federal (DF) ainda registrariam perdas de renda.
Por outro lado, 17 estados apresentam ganhos, quase todos no Norte e Nordeste do país.
Portanto, há evidências de que um AE de R﹩ 200, em um cenário de maiores perdas por conta do recrudescimento da pandemia, é insuficiente para compensar as perdas de renda de grupos mais vulneráveis.
"O Auxílio Emergencial é fundamental nesse momento em que a evolução da pandemia é desfavorável, com a configuração de uma segunda onda, e ainda diante da lentidão na implementação de plano nacional de imunização, sobretudo pela escassez de vacinas. Neste cenário, as políticas públicas são fundamentais para mitigar os efeitos da crise para a população mais vulnerável", explica Lauro Gonzalez, coordenador do FGVcemif e autor do estudo.
No caso dos invisíveis, tanto para homens quanto para mulheres, o ganho de renda é 5% maior se o AE for de R﹩ 250, ao invés de R﹩ 200, em especial nos estados das regiões Norte e Nordeste.
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