Aumenta para 21 o número de capitais que seguem vacinando adolescentes

Apenas duas capitais interromperam a imunização desta faixa etária; outras três ainda não começaram a vacinar esse público.

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Pelo menos 21 capitais do Brasil e o Distrito Federal decidiram por seguir com a vacinação de adolescentes, mesmo depois da orientação do Ministério da Saúde de não vacinar os jovens sem comorbidades contra a Covid-19. As faixas etárias variam conforme o lugar, e a aplicação depende do estoque de doses disponíveis.

Porto Alegre, Florianópolis, São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória, Belo Horizonte, Palmas, Belém, Macapá, Boa Vista, Rio Branco, Porto Velho, Manaus, Maceió, Fortaleza, São Luís, Recife, Aracajú, Salvador, Campo Grande e Distrito Federal seguem com a vacinação de adolescentes.

Embora Teresina (PI) ainda não tenha aberto a vacinação para os adolescentes, a Prefeitura informou que deve seguir a recomendação do Ministério da Saúde. "A Fundação Municipal de Saúde de Teresina (FMS) afirmou que "segue rigorosamente o Plano Nacional de Imunização definido pelo Ministério da Saúde. Portanto, a Fundação Municipal de Saúde vai seguir o que o Ministério da Saúde definir", informou ao Meionorte.com.

No caso de Salvador, Porto Velho e Manaus, a vacinação dos jovens retornou neste sábado (18) após interrupção de 24 horas.

Aumenta para 21 o número de capitais que seguem vacinando adolescentes  (Foto: Divulgação)

Já Natal anunciou neste sábado que vai começar a aplicar as doses na segunda-feira (20).

Goiânia e João Pessoa preferiram seguir a orientação do Ministério da Saúde e interromperam a imunização desta faixa etária. Já Teresina, Curitiba e Cuiabá ainda não começaram a vacinar esse público.

Integrantes de Câmara Técnica do ministério ameaçam pedir demissão

Na sexta-feira (17), médicos que fazem parte da Assessoria de Câmara Técnica do Ministério da Saúde se reuniram virtualmente. Os médicos ameaçaram pedir demissão caso a pasta não recue da orientação contrária à vacinação de adolescentes.

A interlocutora foi a secretária de Atenção Especializada à Saúde, Rosana Melo. O tom foi de ultimato: ou o ministério retoma a vacinação dos adolescentes, informa que a câmara técnica não foi consultada e se retrata com os cientistas e pesquisadores, ou eles vão renunciar.

Os integrantes da Câmara Técnica alertaram que o governo usou dados equivocados para fundamentar a decisão.

Em nota técnica, o Ministério da Saúde informou que a Organização Mundial de Saúde (OMS) não recomenda a imunização de crianças e adolescentes, o que não é verdade. A orientação da OMS é que a vacina seja aplicada em adolescentes quando a cobertura vacinal estiver alta nos grupos prioritários.

Descompasso com critérios técnicos

De acordo com o infectologista Francisco Oliveira Junior, a reação dos médicos da Câmara de Assessoramento demonstra mais um desgaste provocado por manifestações do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em descompasso com critérios técnicos, e que a vacinação de adolescentes contra a Covid-19 já se comprovou eficiente e necessária no Brasil e no mundo.

Segundo o infectologista, o ministro Queiroga citou 1.500 reações adversas registradas em 3,5 milhões de doses aplicadas, o que representa 0,04% de taxa de reação vacinal, que para Oliveira Junior é “baixíssimo”.

“Na verdade, se espera até mais do que isso. Então essa taxa não justifica por si só, e nenhum ouro fato acontecido justificaria a suspensão da vacinação baseada unicamente em critérios de segurança. A gente sabe que essa vacina já foi aplicada em mais de 10 bilhões de adolescentes nos EUA, ela está sendo aplicada no Canadá, países europeus, em Israel, a gente já tem experiência acumulada que nos permite, com segurança, garantir que essa vacina é segura”, diz.

Para ele, qualquer outra vacina, como qualquer outra medicação, não é isenta de efeitos adversos e colaterais. “Mas quando se faz a avaliação do risco e dos benefícios da vacina, é favorável amplamente à continuidade da vacinação, não apenas considerando o efeito individual, a proteção individual conferida por essa vacina para o adolescente, mas principalmente o efeito coletivo de aumentar a proteção da comunidade, expandindo o percentual de pessoas vacinadas e contribuindo para o atingimento da imunidade coletiva”, explica o infectologista.

Fonte: g1



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