Brasil completa um ano do 1º caso de Covid-19 na contramão do mundo

O Brasil completou nesta quarta-feira (24) 35 dias seguidos com média móvel de mortes acima de 1.000.

covid | Michael Dantas/AFP
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Países veem o avanço da vacinação e quedas expressivas nas mortes por Covid-19 —o que, neste momento, não necessariamente representam causa e efeito. Enquanto isso, o Brasil, um ano depois do primeiro caso da doença registrado oficialmente, vê um novo crescimento do Sars-CoV-2 e alcança o pior momento na pandemia. As informações são da Folha de São Paulo.

O Brasil completou nesta quarta-feira (24) 35 dias seguidos com média móvel de mortes acima de 1.000. No mesmo dia, o país superou a marca de 250 mil vidas ceifadas pela Covid e registrou a maior média móvel de óbitos de toda a pandemia, 1.127. Mas desde novembro a taxa começou a reapresentar tendências de crescimento. À época, especialistas já apontavam a expansão da doença e os riscos que  as festas de fim de ano representavam.

O registro de mortes nas duas últimas semanas no Brasil teve crescimento acima de 2%, o que representa uma situação de estabilidade, porém, em patamar elevado —cenário semelhante ao que persistiu no meio do ano passado. O estado de São Paulo, por exemplo, registrou, no último dia 22, o maior número de pacientes com Covid-19 internados em UTIs desde o início da pandemia. 

Foto: Michael Dantas/AFP

Araraquara, no interior de São Paulo, viu se esgotarem suas vagas de UTI e, em menos de dois meses de 2021, já teve mais mortes por Covid registradas do que em todo 2020. Mas foi Manaus a primeira cidade em 2021 a ver seu sistema de saúde colapsar com a pressão da Covid. 

A evolução das internações pela doença levou à falta de oxigênio hospitalar, e pacientes morreram sem acesso ao gás medicinal. A região Sul, de início controlada, também vive o pior momento da pandemia, o que levou os governadores dos seus três estados a anunciar a criação de um grupo de trabalho contra a Covid-19. Enquanto o vírus continua a avançar rapidamente pelo Brasil e com variantes preocupantes pelo potencial de contaminação, como é o caso da P.1 (observada no Amazonas), da B.1.1.7 (Reino Unido) e da B.1351 (África do Sul) a vacinação caminha a passos lentos.

Foto: Amazônia Real

O país conta, até o momento, apenas com duas vacinas contra a Covid: a Coronavac, sob responsabilidade do Instituto Butantan, e o imunizante de Oxford/AstraZeneca, nas mãos da Fiocruz. Nesta semana, a Anvisa deu autorização para uso definitivo para a vacina da Pfizer, mas ainda não foi feito acordo para compra de doses do imunizante porque o governo não concorda com cláusulas do contrato da farmacêutica.

Doses dessa vacina começaram a ser oferecidas ao governo desde o segundo semestre do ano passado. A campanha nacional de vacinação contra a Covid teve início no fim de janeiro e só 7,6 milhões de doses (somadas as primeiras e segundas) foram aplicadas, o que representa 3,82% da população brasileira acima de 18 anos. Além do ritmo lento, também já houve registros de outros problemas (não exclusivos do Brasil porém) como a interrupção de vacinação em capitais, além de desencontros  e erros do Ministério da Saúde.



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