Cannabis pode ajudar pacientes com Covid-19, revela estudo

A startup alerta que o uso de cannabis pode tanto ajudar quanto atrapalhar o tratamento, a depender da fase da doença em que o paciente se encontra.

Maconha | Reprodução
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

A startup de pesquisa israelense STERO Biotechs divulgou um estudo que pede cuidado no uso de canabinóides e cannabis no geral para o tratamento do novo coronavírus, mas que sugere que a substância presente na maconha pode ter resultados positivos no tratamento da Covid-19.

A empresa de biotecnologia já desenvolveu medicamentos à base de canabidiol (CBD) antes, contra doenças como urticária crônica e a doença do enxerto contra hospedeiro, também conhecida como DECH.

No caso da Covid-19, a startup alerta que o uso de cannabis pode tanto ajudar quanto atrapalhar o tratamento, a depender da fase da doença em que o paciente se encontra.

Sendo tanto um auxílio ao tratamento, para casos mais graves, quando um obstáculo, para quem está nas etapas iniciais da doença -- o que levou a STERO a recomendar muita precaução no uso da substância em pacientes infectados.

Sistema imunológico

Quando o sistema imune detecta a infecção por um vírus -- no caso, o novo coronavírus --, o organismo libera para a corrente sanguínea as citocinas, que são proteínas, peptídeos ou glicoproteínas que regulam a imunidade e as inflamações no corpo. 

As citocinas comuncam aos leucócitos qual célula deve ser atacada. Depois que o alvo é atingido, as citocinas se dispersam e o vírus é eliminado.

Essa reação do corpo, que acontece na intenção de protegê-lo, pode, no entanto, ser prejudicial à saúde. 

Isso acontece porque uma das causas de morte do novo coronavírus é, justamente, o excesso de liberação das citocinas devido à reação exagerada do sistema imunológico. A chamada "tempestade de citocina" ou "tempestade inflamatória" libera citocinas pró-inflamatórias como interleucinas IL-6 e IL-1ß, neutrófilos e monócitos.

Com essas citocinas em excesso no corpo, o sistema imunológico acaba atacando o próprio organismo, e não apeas o vírus que o infectou.

Quando o próprio organismo começa a ser atacado, o paciente pode apresentar febre alta, inflamação, fadiga e náuseas. Nos casos mais extremos, a tempestade de citocinas pode causar falência de órgãos e levar o paciente à morte.

Nesses casos, o que acontece é a falha do pulmão em realizar a troca de gases e fornecer oxigênio para o organismo, causando problemas respiratórios como Desconforto Respiratório Agudo (SDRA).

Efeito positivo da cannabis

Em geral, a cannabis inibe as respostas imunológicas do organismo, esse processo de produção das citocinas.

Nas etapas mais graves da doença, quando há excesso dessas substâncias, o estudo da empresa israelense mostrou que o CBD reverteu parcial ou totalmente esses danos causados aos pulmões pela tempestade de citocinas.

A substância reverteu o inchaço, o crescimento excessivo de tecido e as cicatrizes dos pulmões. Isso acontece porque o CBD pode aumentar em até 20 vezes os níveis de apelina no organismo, uma substância que é feita de células do coração, pulmão e cérebro. 

Contraindicação

Mesmo com todos os resultados, a STERO Biotechs pede cuidado no uso da cannabis para tratamento da Covid-19. A empresa alega que as conclusões ainda representam poucas evidências do efeito dessa substância no tratamento do novo coronavírus. 

O efeito da cannabis em inibir a produção de citocinas, se pode ajudar nos casos graves, também pode atrapalhar a resposta imunológica do organismo, no estágio em que o corpo mais necessita desse bom funcionamento.

Dessa forma, o uso de cannabis no início da infecção do novo coronavírus pode impedir que o organismo trabalhe no combate ao agente causador da doença.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES