CE: Prefeitos e padres estão entre denunciados por furar fila de vacinação

Entre as situações, estão pessoas que se passavam por profissionais da saúde ou da educação, pessoas que moravam em uma cidade e se cadastravam para receber a vacina em outro município

MP do Ceará investiga denúncias de fura fila na vacinação contra Covid-19 | Divulgação
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Prefeitos, empresários, advogados, cantores e até padres foram denunciados por furar a fila de vacinação contra a Covid-19 no Ceará. Segundo o Ministério Público do Estado (MPCE), de janeiro deste ano até a última quarta-feira (16), 220 denúncias estão sendo investigadas pelo órgão, de possíveis irregularidades ocorridas em 67 dos 184 municípios do Ceará.

Entre as situações, estão pessoas que se passavam por profissionais da saúde ou da educação, pessoas que moravam em uma cidade e se cadastravam para receber a vacina em outro município e falsificação de atestado para vacinação na fase das comorbidades.

O promotor de Justiça Eneás Romero explica que as fraudes ocorreram principalmente na fase dos grupos prioritários. A ação irregular é motivo de preocupação, por causar riscos as pessoas mais vulneráveis que deveriam ter recebido o imunizante primeiro.

"Infelizmente, enquanto havia a fase dos grupos prioritários, houve muitas fraudes. O que é motivo de muita preocupação do Ministério Público e da sociedade, porque a vacinação ela tem que ser democrática, igualitária e proteger em primeiro lugar o mais vulnerável. Quando uma pessoa fura a fila e passa na frente sem está no critério, ela está pegando a vaga daquela outra pessoa que é mais vulnerável, isso significa que podem morrer mais pessoas porque uma decidiu furar a fila", afirma o promotor.

MPCE investiga denúncias de fura fila na vacinação contra Covid-19 | FOTO: Divulgação

Outras denúncias apuradas pelo Ministério Público são de atestados falsos e médicos que teriam informado uma comorbidade que não existia na fase das comorbidades.

Fura fila em Jericoacoara

Um dos casos em que o Ministério Público atuou foi na denúncia contra o prefeito e a secretária de saúde do município de Jijoca de Jericoacoara, que tiveram que pagar multas que somadas chegam a R$ 88.400 por furarem a fila de vacinação contra a Covid-19. Lindbergh Martins e Joila Carneiro foram o segundo e terceiro a serem imunizados no município, mesmo sem fazer parte do grupo prioritário da 1ª fase da campanha.

"Tem chegado novas denúncias, no caso inclusive das comorbidades, tanto de supostos atestados falsos, quanto inclusive de médicos que teriam informado comorbidades que não existiam. Até por que a lista das comorbidades ela era bem restrita. Não era qualquer asmático, era asmático grave, dependente de corticoide. Não era qualquer pessoa com pressão alta, era pessoa com pressão alta que tinha outros parâmetros de uma pressão que é de fato mais grave. Isso varia para outras comorbidades", explica Eneás Romero.

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará (CREMEC) e o Sindicato dos Médicos do Ceará afirmam que não receberam denúncias sobre essas irregularidades.

Com informações do G1



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