Covid: Brasil só conclui vacinação de prioritários no 2° semestre

As 77,2 milhões de pessoas dos grupos prioritários não estarão imunizados antes de setembro

Covid-19 | Marcelo Bittencourt/Futura Press/Estadão Conteúdo
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Devido ao ritmo lento da vacinação contra a Covid-19, no Brasil, as 77,2 milhões de pessoas dos grupos prioritários não estarão imunizados antes de setembro, segundo projeções de especialistas.

Os cientistas defendem que, para projeções mais otimistas, é necessário que sejam vacinas pelo menos 1 milhão de pessoas todos os dias. Pela primeira vez desde o início da campanha de vacinação, na última quinta-feira (01), o País conseguiu vacinar pouco mais de um milhão de pessoas.

Na sexta, 2, no entanto, o número voltara ao patamar de 300 mil. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) tem capacidade para vacinar pelo menos dois milhões de pessoas por dia. Mas precisa ter doses disponíveis.

77,2 milhões de pessoas compõem a lista de prioritários  (Marcelo Bittencourt/Futura Press/Estadão Conteúdo )

Como o governo federal não garantiu a compra em 2020 - diferentemente do que fizeram Estados Unidos e Europa -, o Brasil agora enfrenta problemas. Tem dificuldades para a aquisição de imunizantes prontos e também de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) - matéria-prima necessária à produção nacional de vacinas no Instituto Butantan, em São Paulo, e em Biomanguinhos/Fiocruz, no Rio.

Por causa dessas dificuldades, frequentemente o Ministério da Saúde revisa para baixo o número de doses entregues ao PNI. A campanha de vacinação já foi interrompida várias vezes por falta de imunizantes.

Vacinas em abril

No dia 31, o ministro Marcelo Queiroga voltou a baixar a previsão de entrega de vacinas em abril de cerca de 40 milhões para 25 milhões de doses. Mesmo assim, no mesmo dia, o governo anunciou que pretendia vacinar 80 milhões de pessoas (metade da população elegível para receber a vacina) até metade do ano. Para a imunização, são necessárias duas doses.

Para especialistas, só seria possível atingir o número prometido pelo governo se a partir de hoje vacinássemos pelo menos um milhão de pessoas por dia de forma continuada, sem reduções ou interrupções.

Atualmente, parece impossível. Segundo cientistas, esse fluxo contínuo só deverá estar disponível em setembro, quando Biomanguinhos começa a produzir o IFA da vacina de Oxford/AstraZeneca.

Mesmo esse cronograma pode mudar, já que a assinatura do contrato de transferência de tecnologia entre AstraZeneca e Fiocruz está atrasado há quatro meses. Já pelo cronograma do Butantan, a produção do IFA da Coronavac só deverá ocorrer em larga escala a partir do início do ano que vem.

"Se a gente conseguisse chegar a 1,5 milhão de vacinados por dia, em abril concluiríamos o grupo 1 das prioridades", diz o epidemiologista Pedro Hallal, da Universidade Federal de Pelotas.

"Aí daria para concluir todas as prioridades até agosto, setembro, e o restante da população, até o fim do ano. Mas acho pouco provável que isso aconteça porque toda vez que o Ministério da Saúde anuncia uma meta, ele a corrige logo depois."

Coordenador da Rede Análise Covid-19, Isaac Schrarstzhaupt explica a matemática: "Para metade da população receber uma dose até o meio do ano, teríamos de vacinar, já a partir de agora, 970 mil por dia; para duas doses, seriam praticamente dois milhões por dia”.



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