Coronavírus: Cresce procura por acolhimento psicológico online

Neste período de exceção, a orientação do Conselho Federal de Psicologia (CFP) é a de flexibilização dos atendimentos online, sem que haja a necessidade de aprovação prévia de cadastro específico.

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A chegada do novo coronavírus no Brasil modificou a rotina da maioria da população. trabalhadores fazendo quarentena, home office, o afastamento de entes queridos para proteção e tudo isso causa um impacto na saúde mental. Nessas horas, uma ajuda profissional é fundamental. Em momentos de crise, os psicólogos têm papel essencial, pois são capazes de ajudar com suporte emocional, acolhimento e orientações. Os profissionais da área têm recebido uma alta demanda de pessoas interessadas em um acolhimento online.

Neste período de exceção, a orientação do Conselho Federal de Psicologia (CFP) é a de flexibilização dos atendimentos online, sem que haja a necessidade de aprovação prévia de cadastro específico. Nesta modalidade, alguns psicólogos têm recebido mais relatos de angústia e ansiedade em decorrência do distanciamento entre as pessoas, bem como têm sido desafiados na prática da profissão.

"As pessoas estão precisando frequentemente de escuta qualificada, de acolhimento de qualidade, de suporte emocional para diminuição da ansiedade, para o manejo das emoções negativas, para o aumento da esperança, para o que o medo não vire pânico, além do contexto de reestruturação social, econômica e política que o mundo vive e isso pode criar um impacto junto a dor de um luto inédito para aqueles que perdem um ente querido para o vírus”, destacou a psicoterapeuta Cláudia Aline, que atua em clínica de Teresina.

A psicoterapeuta Cláudia Aline orienta que nesse momento é preciso focar em ajudar as pessoas 

A profissional lembrou ainda que existem pessoas que vivem sozinhas em casa e não podem sair e não sabem como lidar com essa situação, assim como tem aqueles que conseguem levar melhor a situação, mas ficam angustiados com a dor do outro, além dos profissionais da saúde e psicólogos que estão sobrecarregados, logo são diversos contextos que precisam ser levados em conta.

“Pessoas no mundo inteiro estão se articulando para criar grupos cada vez maiores capazes de promover uma força transformadora para levar alternativas solidárias que nos ajude a passar por essa situação da melhor maneira possível”, acrescentou.

A psicóloga orientou que nesse momento é preciso focar em ajudar as pessoas a entenderem que elas precisam ver menos notícias negativas, menos números de mortes, menos sintomas que se apresentam com o vírus porque podem apresentar um quadro de hipocondria. Já as pessoas com transtornos mentais podem ficar gravemente prejudicadas, aqueles que estavam com tratamento estável podem piorar, desenvolver uma ansiedade crônica e pessoas com Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) e ideação suicida podem ter seu quadro agravado drasticamente.

“A situação é de alta complexidade e de infinitas possibilidades, então o psicólogo que entende e passou 5 anos estudando  chegou a hora de acolher essas pessoas, oferecer uma escuta qualificada e já existem grupos virtuais para fazer esse acolhimento, então se precisar, buscar ajuda é o mais interessante”, destacou.

Medo é principal fator para alta demanda

Segundo a psicóloga, a alta busca por atendimento e terapias online ocorre porque as pessoas estão ativando o medo da morte, de perder familiares e amigos, de contaminar outras pessoas, o medo ainda de ficar comprometido economicamente e do que irá acontecer, por isso é tão importante valorizar saúde mental e bem-estar.

Crédito:Reprodução Internet

Para atravessar esse momento é preciso tomar alguns cuidados para manter a saúde mental em meio a crise sanitária e segundo a especialista o primeiro passo é cuidar de si mesmo para ajudar o outro, pois cada um tem sua realidade e seus limites para ressignificar que essa pode ser uma oportunidade de se cuidar.

"Essa pode ser a oportunidade de testemunhar um movimento que é necessário acontecer, que é uma oportunidade para rever e consolidar novos hábitos, voltar-se para si mesmo, não ter medo de ficar quieto, de ter que ter paciência. Se a pessoa tentar fugir disso, vai ser mais difícil, mas cada um tem que ter atenção do que faz parte da sua situação em particular e quais são as suas necessidades e esse momento de pausa global é o ideal para nos conectar a nós mesmos, cuidar da nossa saúde mental e física, cuidar da nossa dimensão espiritual, relembrar o que faz bem para gente, tentar manter o coração alegre, dormir um sono revigorante, fazer práticas de bem-estar”, orientou.

A psicóloga recomenda ainda controlar a base respiratória para auxiliar nesse processo de manter a calma, através da respiração diafragmática, necessária porque expande o diafragma e leva o oxigênio até o abdômen, o corpo e o cérebro e é capaz, inclusive, de evitar a ansiedade, pois ativa uma parte do sistema nervoso que ativa a calma.

"Sem nos acalmarmos e reequilibrarmos, não vamos conseguir ressignificar as coisas, porque não conseguiremos ter clareza mental. Por isso o acolhimento é necessário e o papel do psicólogo é muito importante, pois cada um tem seu ritmo", pontuou  (W.B.)



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