“Estou aberto ao diálogo”, afirma João Doria sobre Jair Bolsonaro

Governador de SP criticou o presidente, afirmando que ele politizou a questão das vacinas contra covid-19

Rodrigo Maia e João Doria em coletiva | André Guilherme-Valor
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Apesar dos desentendimentos dessa semana, o governador de São Paulo, João Doria, disse que está aberto ao diálogo com Jair Bolsonaro (sem partido). Ele até criticou o presidente, afirmando que ele politizou a questão das vacinas contra covid-19. Mas fez um apelo para que os dois possam se entender. 

"Estou aberto ao diálogo, a dialogar e construir um programa que permita que brasileiros sejam salvos pela vacina, pela orientação correta, pela compaixão e pelo distanciamento de posições ideológicos, colocando o povo brasileiro como prioridade. Basta o presidente me convidar e estarei em Brasília para o diálogo. Na mesma hora. Estou disposto ao diálogo e quero convidar você, presidente, a fazer o mesmo", afirmou Doria, em entrevista coletiva.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que defende a distribuição da CoronaVac, vacina contra a covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, para todos os brasileiros se ela for aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Maia participou de coletiva ao lado do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), no Palácio dos Bandeirantes.

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Maia defendeu a distribuição pelo SUS (Sistema Único de Saúde) da vacina contra a covid-19 desenvolvida e testada pelo Instituto Butantan e pelo laboratório Sinovac.

"Tenho certeza que o presidente vai ouvir nossos apelos e nós não vamos precisar de outro caminho. O presidente tem tido bom diálogo com o Parlamento, tem sido positivo, e isso pode ser bom instrumento para organizar o que está desorganizado, mas precisa ser organizado. Os brasileiros precisam ter direito a vacina", afirmou Maia.

O presidente da Câmara lembrou que a CoronaVac ainda precisa ser aprovada pela Anvisa. Caso isso aconteça, ele afirma que trabalhará para que esta vacina e outros imunizantes contra a covid-19 sejam disponibilizados na rede pública de saúde.

"Quando ela [Coronavac] estiver aprovada e autorizada pela Anvisa que a gente consiga com diálogo com o presidente, com o Ministério da Saúde, que este diálogo já existe, com o Congresso Nacional, possa autorizar não apenas essa vacina para os brasileiros, mas todas as vacinas que forem aprovadas", disse Maia.

Rodrigo Maia e João Doria em coletiva Foto: André Guilherme-Valor

O apelo ao diálogo marcou as manifestações de Maia durante a entrevista. Ele chegou a chamar Doria de "aliado" e "amigo", mas disse que isso não significa que ele está "contra o governo federal". O deputado evitou criticar Bolsonaro e afirmou que a sua missão será buscar o melhor entendimento entre as partes.

"Cabe a nós construir caminho para ter condições de vacinar todos brasileiros. Prefiro continuar na linha de ampliar diálogo. São Paulo tem feito esforço enorme, como a Fiocruz [responsável pelos testes com a AstraZeneca, outra vacina que está na fase final de testes] tem feito, para salvar vida e retomar normalidade", afirmou.

Apesar de criticar Bolsonaro por diversas vezes durante a coletiva, Doria disse que está "aberto ao diálogo" e a "construir um programa que permita que brasileiros sejam salvos pela vacina, pela orientação correta, pela compaixão, pelo distanciamento de posições ideológicas". "Basta o presidente me convidar e estarei em Brasília para o diálogo. Na mesma hora. Estou disposto ao diálogo e a convidar você, presidente, a fazer o mesmo." 

Questionado sobre a defesa de Doria pela vacina obrigatória, Rodrigo Maia evitou opinar sobre o assunto. "Do ponto de vista técnico, não tenho como dizer se tem que ser obrigatório. Não cabe a mim discutir", explicou.

Mas, em seguida, o deputado reafirmou a posição anterior que a CoronaVac ou qualquer outra vacina que tenha aprovação da Anvisa seja distribuída para todos os brasileiros. "Todos os brasileiros, com vacina aprovada, têm que ter direito a essa vacina", afirmou.

(Por: UOL)



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