Estudo identifica bebês que já nasceram com anticorpos contra covid-19

Segundo estudo da Faculdade de Medicina da UFMG, cerca de 40% das mães infectadas, mas que não tiveram sintomas da Covid-19, passaram anticorpos para os bebês

Pesquisadores estão utilizando o teste do pezinho dos recém-nascidos para detectar coronavírus | Reprodução
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Uma das grandes dúvidas de médicos e cientistas sobre a Covid-19 é quanto à imunidade de bebês cujas mães já tiveram a Covid-19. Uma pesquisa brasileira, realizada na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais(UFMG) tem dado os primeiros indícios de que as mães que tiveram a doença durante a gestação transmitiram os anticorpos para os bebês por meio da placenta. 

Os pesquisadores identificaram anticorpos da Covid-19 em 68 crianças recém-nascidas, entre as 506 mães e bebês testados até o momento. A meta é analisar 4 mil bebês.

Para realizar o estudo, os pesquisadores estão utilizando o teste do pezinho dos recém-nascidos e a testagem das mães para identificar a infecção. Os casos positivos serão acompanhados por dois anos para observar se a infecção durante a gestação trouxe consequências ao desenvolvimento das crianças e também para avaliar a duração dessa imunidade adquirida durante a gestação.

Cerca de 40% das mães infectadas, mas que não tiveram sintomas da Covid-19, passaram anticorpos para os bebês. Esse dado chamou a atenção de pesquisadores, como a professora do Departamento de Pediatria da Faculdade, Cláudia Lindgren. 

"Outros estudos já mostraram a presença de anticorpos no bebê, mas a maioria deles investigou a transferência de anticorpos após as manifestações da covid na mãe. Nesta pesquisa, estamos testando todas as mães e bebês, independente delas terem apresentado qualquer sintoma da doença durante a gravidez, porque sabemos que cerca de 80% das infecções são assintomáticas".

Segundo a professora, a confirmação da passagem de anticorpos da mãe para o bebê durante a gravidez pode ajudar a planejar o momento ideal para vacinação dos bebês contra a Covid-19. No caso do sarampo, por exemplo, já se sabe que os anticorpos maternos reduzem a eficácia da vacina contra a doença, e por isso, a imunização é feita mais tardia nas crianças.

Ao longo dos próximos dois anos serão feitos inquéritos por telefone, consultas e testes de desenvolvimento dos bebês soropositivos e controle. A adesão ao estudo depende do aceite da mãe no momento do teste do pezinho, nas unidades básicas de saúde. 

Pesquisadores estão utilizando o teste do pezinho dos recém-nascidos  para detectar vírus da Covid-19 | FOTO: Reprodução

Estudo

Cinco municípios de Minas Gerais estão participando do estudo: Uberlândia, Contagem, Itabirito, Ipatinga e Nova Lima. Os critérios para a escolha dessas cidades foram a taxa de prevalência de covid-19, o número de nascimentos por mês e a existência de rede de apoio para eventual necessidade de reabilitação das crianças que tiverem alterações nos testes de neurodesenvolvimento.

Isso porque os pesquisadores acreditam que, mesmo que o bebê tenha nascido sem sintomas da doença, o comprometimento do desenvolvimento pode surgir mais tarde, por exemplo, quando a criança começar a falar ou andar. Mas ainda não há estudos sobre essa alteração.

FONTE: R7



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