Governo de SP adia divulgação de dados da eficácia da Coronavac

Previsão inicial de divulgar eficácia do imunizante no dia 15 de dezembro foi adiada para esta quarta-feira (23) e então anúncio foi postergado novamente. Segundo diretor do Butantan, CoronaVac atingiu eficácia superior ao mínimo recomendado pela OMS.

MN | MN
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

O governo de São Paulo anunciou nesta quarta-feira (23) que a CoronaVac é eficaz, mas adiou, novamente, a divulgação dos resultados de eficácia da vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. As informações são do G1. 

De acordo com o diretor do instituto, Dimas Covas, além de comprovar que a vacina contra Covid-19 é segura, o que já havia sido demonstrado nas fases anteriores, o estudo de fase 3 mostrou que a vacina é eficaz. A taxa de eficácia não foi anunciada mas, segundo o secretário de Saúde do estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, foi superior ao valor mínimo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 50%.

"Nós atingimos o limiar da eficácia, que permite o processo de solicitação de uso emergencial, seja aqui no Brasil, seja na China", disse Dimas Covas durante uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira (23).

Foto: Roberto Casimiro/Fotoarena/Estadão Conteúdo 

A previsão inicial, de divulgar eficácia do imunizante no dia 15 de dezembro, foi adiada para esta quarta-feira (23) e, então, o anúncio foi postergado novamente. Também estava previsto para esta quarta o envio dos dados de eficácia à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo Dimas Covas, o envio dos resultados à Anvisa vai ocorrer somente após a Sinovac analisar os resultados enviados pelo Butantan nesta quarta (23).

"Essa base de dados [de resultados da fase 3] foi transferida na manhã de hoje para que eles [Sinovac] possam proceder a essa análise o mais rapidamente o possível e aí apresentar os dados, não só à NMPA, mas para que nós possamos apresentar esses dados também à nossa Anvisa", disse o diretor do Butantan.

Segundo Dimas Covas, a divulgação dos dados foi adiada devido a uma cláusula existente no contrato assinado com a Sinovac e o Instituto Butantan.

"Temos um contrato com a Sinovac que especifica que o anúncio deste número precisa ser feito em conjunto, no mesmo momento. Então ontem mesmo apresentamos esses números à nossa parceria que, no entanto, solicitou que não houvesse a divulgação do número pelo motivo que eles necessitam analisar cada um dos casos para poder aplicar esses casos à agência NMPA, que é a Anvisa da China", completou.

Histórico

A CoronaVac está na terceira fase de testes, estágio em que a eficácia precisa ser comprovada antes da liberação. Para que a vacina comece a ser distribuída, é necessário que o Instituto Butantan envie o relatório à Anvisa e que o órgão aprove o uso do imunizante.

Se aprovada, a CoronaVac pode se tornar a primeira vacina contra o novo coronavírus disponível no Brasil. Pelo cronograma do governo de São Paulo, a vacinação no estado deve começar no dia 25 de janeiro. O acordo entre o laboratório chinês e o Instituto Butantan foi anunciado pelo governo de São Paulo em junho e prevê, além do envio de doses prontas, os insumos e tecnologia para que a vacina possa ser produzida e comercializada pelo Butantan.

No Brasil, a vacina foi testada em 16 centros de pesquisas, em sete estados e no Distrito Federal.12,5 mil voluntários brasileiros participaram dos testes. Até ó final de dezembro, o governo paulista deve ter 10,8 milhões de doses prontas para aplicação. O maior lote de insumos chegará a São Paulo nesta quinta (24).

Foto: Pearson/Anvisa 

No dia 9 de dezembro, o Instituto Butantan começou o processo de envase da vacina a partir da matéria-prima importada da China. A produção é feita na fábrica do Butantan, que tem 1.880 metros quadrados, e contará com o reforço de 120 novos profissionais, além dos 245 que normalmente atuam no instituto.

Nesta segunda (21), a Anvisa publicou a certificação de Boas Práticas de Fabricação para a fábrica da vacina da CoronaVac. A conclusão foi feita pela equipe da Anvisa que viajou à China para inspecionar a produção da vacina da farmacêutica Sinovac.

O grupo esteve no país entre 30 de novembro até 4 de dezembro para inspeção e reuniões com os executivos da empresa. Segundo a nota publicada no Diário Oficial, o Instituto Butantan enviou o plano de ação para Anvisa na quarta-feira (16). Já a conclusão da equipe técnica foi finalizada no último domingo (20). A autorização foi publicada 10 dias antes da previsão inicial definida pela agência. O certificado tem validade de dois anos e é um do pré-requisitos tanto para o processo de registro da vacina no Brasil, quanto para um eventual pedido de autorização para uso emergencial.




Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES