Governo espera análise para liberar vacina a crianças de 6 meses a 4 anos

Há a inclinação de que crianças menores de 1 ano sejam priorizadas na aplicação de doses por causa do maior risco.

Covid | Márcia Folleto/Agência O Globo
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O Ministério da Saúde espera a análise técnica da pasta para dar aval à vacinação contra a Covid-19 com Pfizer de bebês de 6 meses a crianças de 4 anos. O Comitê Técnico Assessor em Imunizações do Programa Nacional de Imunizações (CTAI/PNI) deve recomendar nesta semana que as doses sejam aplicadas. Entre o grupo, há a inclinação de que crianças menores de 1 ano sejam priorizadas na aplicação de doses por causa do maior risco de hospitalização e morte na faixa etária.

A câmara técnica não tem poder decisório, mas a avaliação dela será levada em consideração pela área técnica, formada por integrantes da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) e do Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública do Ministério da Saúde (COE). Cabe ao ministro Marcelo Queiroga chancelar a decisão.

"A área técnica fará as análises necessárias e diante da recomendação as vacinas podem ser disponibilizadas dentro do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19", afirmou Queiroga ao GLOBO. "Temos que fazer uma análise técnica para a tomada da melhor decisão."

Ministério da Saúde espera análise técnica da pasta - Foto: Márcia Folleto/Agência O Globo

Interlocutores ligados à pasta afirmaram à reportagem, sob a condição de anonimato, que há dúvidas se o ministério aprovará a vacinação de crianças de 6 meses a 4 anos às vésperas das eleições. Isso porque alas não só do ministério, mas também do governo federal, são resistentes a aplicar vacinas contra a Covid-19 em crianças e, por isso, tentam postergar a medida.

As estatísticas oficiais, porém, vão de encontro a essa reação e refletem o temor de especialistas. Segundo o Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe), 52,3% das internações por Covid-19 na faixa etária ocorrem de recém-nascidos a bebês de até 1 ano. Entre as hospitalizações, o número sobe para 67,9% quando consideradas as mortes pela doença.

Se o governo decidir aplicar só vacinas da Pfizer na faixa etária, seriam necessárias 36 milhões de doses. A autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), concedida na última sexta-feira, define que devem ser aplicadas três doses: a segunda vem três semanas após a primeira e a última, depois de oito semanas.

A dosagem é de 0,2 mL (equivalente a 3 microgramas), um terço da aplicada no grupo de 5 a 11 anos, o que exige a compra de novas doses. A CoronaVac, por sua vez, é liberada a partir de 3 anos.

A estimativa é de que o Brasil tenha 12 milhões de crianças de 6 meses a 4 anos. O ministério assinou um contrato para comprar 100 milhões de vacinas da Pfizer no fim do ano passado que permite a alteração de remessas para vacinas de nova geração ou para novas faixas etárias aprovadas. Do montante, a pasta informou já ter recebido dois terços do total, isto é, 67 milhões de doses. As outras 33 milhões estão previstas para chegar até dezembro.



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