Índia se torna o 3º país a superar 300 mil mortes por Covid

País registrou o 2º maior número diário de óbitos da pandemia e mais de 57 mil vítimas do coronavírus em apenas 14 dias.

Índia se torna o 3º país a superar 300 mil mortes por Covid | Reprodução
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A Índia se tornou nesta segunda-feira (24) o terceiro país a superar a marca de 300 mil mortes por Covid-19, depois de Estados Unidos e do Brasil, em meio a uma agressiva segunda onda da pandemia. As informações são do G1.

Foram 4.454 óbitos nas últimas 24 horas, segundo dados do Ministério da Saúde indiano, o segundo maior número já registrado pelo país na pandemia (o recorde mundial foi registrado na terça).

O país registrou mais de 57 mil mortes por Covid-19 nas últimas duas semanas, elevando o total de vítimas para mais de 303 mil. Os EUA têm 589 mil óbitos e o Brasil, 449 mil.

A principal causa da tragédia indiana é a complacência do governo, que se recusou a adotar um lockdown nacional, liberou comícios políticos e festivais religiosos e permitiu que uma nova variante, a B.1.617, se espalhasse pela Índia e para todos os continentes.

Parentes lamentam a morte de familiar com Covid-19 do lado de fora de um necrotério em Nova Délhi, capital da Índia, nesta segunda (24) — Foto: Money Sharma/AFP 

A Índia registrou também 222 mil novos casos, o menor patamar diário desde 15 de abril, mas a segunda onda de Covid-19 segue devastando o país há quase dois meses, com hospitais lotados e crematórios que não conseguem atender ao volume de corpos.

São 26,7 milhões infectados desde o início da pandemia, atrás apenas dos EUA (33,1 milhões) e à frente do Brasil (16 milhões) e França (5,9 milhões).

Apesar dos números astronômicos, há fortes indícios de subnotificação — sobretudo de mortes — no país. Especialistas acreditam que os números reais podem ser de cinco a dez vezes maiores. 

Causas da tragédia

A principal causa da tragédia indiana é a complacência do governo, que chegou a falar em "fase final da pandemia" em março, quando o país chegou a registrar menos de 10 mil infectados e 100 mortes por dia. Depois disso, houve a recusa de novo lockdown nacional, ao contrário de 2020 (quando a primeira onda foi controlada com sucesso), e aglomerações em comícios e eventos religiosos.

Em meio ao desrespeito a medidas de distanciamento e ao não uso de máscaras, novas variantes do coronavírus encontraram terreno fértil. 

Uma nova cepa do coronavírus, a B.1.617, foi descoberta em outubro de 2020 e levou meses para se proliferar pela Índia, mas agora já foi detectada em dezenas países de todos os continentes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

No dia 10, a OMS classificou-a como uma variante de "preocupação global" e alertou para um risco de maior transmissibilidade e características que poderiam tornar as vacinas contra a Covid-19 menos eficazes.

A variante indiana

A variante indiana B.1.617 possui três versões, com pequenas diferenças (B.1.617.1, B.1.617.2 e B.1.617.3), descobertas entre outubro e dezembro de 2020.

As três apresentam mutações importantes nos genes que codificam a espícula, a proteína que fica na superfície do vírus e é responsável por conectar-se aos receptores das células humanas e dar início à infecção.

Entre as alterações, uma se destaca: a E484Q tem algumas similaridades com a E484K, alteração encontrada nas outras três variantes de preocupação global. São elas: a B.1.1.7 (Reino Unido), a B.1.351 (África do Sul) e a P.1 (Brasil, inicialmente detectada em Manaus).

Até o momento, cientistas ainda não conseguiram estabelecer sobre a variante indiana:

  • A sua real velocidade de transmissão e o quanto ela é mais transmissível
  • Se a variante está relacionada a quadros de Covid-19 mais graves, que exigem internação e intubação
  • O quanto as mudanças genéticas interferem na eficácia das vacinas já disponíveis

No Brasil, a variante indiana foi confirmada na semana passada em seis tripulantes que chegaram em um navio vindo da Malásia.



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