Saiba qual a relação de casos graves de Covid e o tipo sanguíneo

Cientistas tem observado como proteínas do coronavírus Sars-CoV-2 fazem interação com proteínas de células humanas antes de acontecer a infecção

Coronavírus | Science Photo Library
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Uma equipe de cientistas tem observado como proteínas do coronavírus Sars-CoV-2 fazem  interação com proteínas de células humanas antes de acontecer a infecção. Essa questão surgiu no início da pandemia e continua em aberto.

Também foi levantada uma questão: o coronavírus tende mais a ser mais perigoso para algum tipo sanguíneo do sistema ABO — O, A, B ou AB? Essa pergunta vem motivando dezenas de pesquisas como essa, que foi divulgada no último mês.

A resposta oferecida pela pesquisa, publicada em março na revista científica Blood Advances, foi a de que sim, o coronavírus mostra uma "forte preferência" em se ligar a proteínas que só o tipo sanguíneo A tem, particularmente aquelas presentes nas células respiratórias nos pulmões.

Pesquisadores observaram como o coronavírus interagiu com antígenos de diferentes tipos sanguíneos  (Foto: Science Photo Library )

O mesmo não foi observado em células dos tipos sanguíneos B ou O, também avaliadas.

Segundos os autores, das faculdades de medicina de Harvard e Emory (EUA), o experimento demonstrou "conexão direta entre o tipo sanguíneo A e o SARS-CoV-2" e é uma "evidência adicional de que alguns tipos sanguíneos podem estar associados com um risco maior de contrair a doença".

Entretanto, cientistas entrevistados pela BBC News Brasil alertam que resultados como esse são preliminares e que não há consenso sobre a associação entre tipos sanguíneos e Covid-19. Portanto, ter um ou outro tipo sanguíneo não é motivo para desespero e menos ainda para descuido com medidas preventivas contra a doença.

A desconfiança de que a Covid-19 poderia se manifestar de forma diferente, a depender do tipo sanguíneo, veio em parte pelo fato de que algumas doenças demonstraram ser influenciadas por isso. Estudos já apontaram maior vulnerabilidade ou proteção de certos tipos sanguíneos a enfermidades como malária, hepatite B, AIDS, infecções pelos vírus Norwalk e pela bactéria H. pylori, entre outras.

Sars-Cov

E, mais importante, no surto causado pelo Sars-Cov — "parente" do Sars-CoV-2 — no início dos anos 2000, alguns cientistas encontraram evidências de que o sangue tipo O poderia ter um efeito protetivo contra o vírus. Isso foi reforçado pelo próprio estudo na Blood Advances do mês passado, que verificou em laboratório que o Sars-Cov tem a mesma preferência por células respiratórias presentes em pessoas do tipo sanguíneo A.

Sobre o Sars-CoV-2, a primeira grande evidência neste sentido veio em março de 2020, quando pesquisadores de instituições chinesas publicaram um artigo do tipo pré-print (sem a avaliação dos pares, um procedimento padrão de revistas de excelência, pelo qual cientistas independentes julgam um estudo) com dados de pessoas infectadas e tratadas nas cidades de Wuhan e Shenzhen.

A distribuição de pessoas por tipo sanguíneo neste conjunto de pacientes foi então comparada com um outro grupo, contendo um número de pessoas semelhante e vivendo nas mesmas cidades — só que elas não estavam infectadas.

O percentual de pessoas com tipo A foi maior no grupo de infectados do que na população "normal", enquanto o de pessoas com tipo O foi menor entre os pacientes com Covid-19. Além do risco de infecção, pesquisadores disseram também que o risco de morte era maior no tipo A e menor no tipo O.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES