Ninguém sabe. A grande dúvida, explica Ester Sabino, é por quanto tempo a resposta imune induzida pela vacina vai garantir proteção.
Para uma futura vacina, diz Sabino, as mutações não são o problema, porque, além de serem poucas, no caso do coronavírus, as mutações que ele sofre não mudam a forma com que é reconhecido pelo sistema imune. A questão é se o corpo é capaz de manter esse reconhecimento a longo prazo. E isso importa porque, ao receber uma vacina, o corpo é induzido a produzir anticorpos para uma determinada doença.
"Para a vacina, o problema é esse. A pessoa teve a infecção e perdeu o anticorpo. Será que vai acontecer a mesma coisa com a vacina? Vai durar quanto tempo a vacina? O problema é a proteção, não é a mutação", explica.
Para esclarecer a diferença, Sabino compara o Sars-CoV-2 ao HIV – que é um vírus que tem muitas mutações, e, por isso, é difícil encontrar uma vacina que funcione contra ele. Diferente do coronavírus, o HIV "muda" tanto que o sistema imune passa a não ser mais capaz de reconhecê-lo, e, por isso, tem dificuldade em combatê-lo.
Na pesquisa de Hong Kong, os cientistas dizem que uma vacina para a Covid-19 não deve ser capaz de fornecer proteção para a vida inteira. Além disso, recomendam que mesmo pacientes que já tiveram a doença devem ser imunizados.
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