Um dos idealizadores da Semana de Arte Moderna de 1922, Mário de Andrade foi pioneiro da poesia modernista no Brasil. Músico, dramaturgo e crítico literário, sua principal obra foi o romance “Macunaíma”, de 1928, no qual retratou a história dos brasileiros com herói de caráter duvidoso e índio, branco e preto em momentos diferentes da história.
Apesar de sempre haver boatos sobre a orientação sexual do autor, somente no ano passado houve a confirmação de sua homossexualidade quando, por meio da Lei de Acesso à Informação, foi aberta uma carta-confissão dele para o também escritor Manuel Bandeira. No documento, Mário fala das pressões sofridas e dos boatos sobre ele.
“Si agora toca nesse assunto em que me porto com absoluta e elegante discrição social, tão absoluta que sou incapaz de convidar um companheiro daqui a sair sozinho comigo na rua (veja como eu tenho a minha vida mais regulada que máquina de pressão) e si saio com alguém é porque esse alguém me convida, si toco no assunto é porque se poderia tirar dele um argumento pra explicar minhas amizades platônicas, só minhas”, escreveu.