Autor do quadro “O Grito” escreveu mensagem secreta na obra

A obra passou por conservação em preparação para sua instalação no novo museu, que deve ser inaugurado na capital norueguesa no próximo ano.

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O artista Edvard Munch escreveu mensagens secretas em sua pintura de O Grito, demonstrou um scan infravermelho feito no quadro. Uma frase pequena e quase invisível escrita em uma das pinturas mais conhecidas do mundo sempre foram a causa de muitas conjecturas no mundo da arte.

As palavras "Só pode ter sido pintado por um louco" estão inscritas a lápis no canto superior esquerdo. Agora, novos exames feitos pelo Museu Nacional da Noruega confirmaram que a anotação foi feita pelo próprio Munch.

National Museum os Norway

A pintura original, exibida pela primeira vez na cidade natal de Munch, Oslo (então Kristiania), em 1893, tornou-se uma expressão radical e atemporal da ansiedade humana. Sua influência se estende desde filmes de terror de Hollywood a emojis modernos.

A obra passou por conservação em preparação para sua instalação no novo museu, que deve ser inaugurado na capital norueguesa no próximo ano.

Os críticos de arte há muito questionam se a mensagem era um ato de vandalismo feito por um espectador indignado ou se fora escrita pelo próprio Munch - conhecido por ter tido problemas de saúde mental ao longo de sua vida.

O museu concluiu que as palavras foram escritas por Munch, após usar a tecnologia para analisar a caligrafia e compará-la com seus próprios diários e cartas.

"A escrita é, sem dúvida, do próprio Munch", disse a curadora do museu, Mai Britt Guleng. "A caligrafia, assim como os acontecimentos ocorridos em 1895, quando Munch apresentou a pintura na Noruega pela primeira vez, apontam no mesmo sentido."

Em 1994, O Grito foi roubado de um museu de arte norueguês. O quadro foi recuperado por detetives britânicos, em uma operação secreta ousada.

'Sentimento profundo de ansiedade'

Pintor Norueguês Edvard Munch (Foto: Getty Images)

O trabalho provocou fortes críticas na época, juntamente com especulações públicas sobre o estado mental de Munch. Munch, de acordo com seus diários, ficou profundamente magoado com a reação e acredita-se que ele tenha voltado à pintura para adicionar sua declaração a lápis depois.

O pai e a irmã de Munch sofreram crises de depressão e Munch foi finalmente hospitalizado após um colapso nervoso em 1908. Sua mãe e irmã mais velha morreram antes de o artista completar 14 anos. Seu pai morreu 12 anos depois, e outra irmã foi internada com transtorno bipolar.

"Desde que me lembro, tenho sofrido de um profundo sentimento de ansiedade que tentei expressar em minha arte", escreveu Munch.

"Sem essa ansiedade e doença, eu seria como um navio sem leme."

Em 2019, a série BBC Arts escreveu que o trabalho era "uma expressão de sua ansiedade em um ponto de inflexão na história, em um mundo cada vez mais livre de velhas tradições", observando que "há paralelos claros no mundo de hoje".

"É certamente por isso que O Grito retém seu poder apesar de sua onipresença: é um espelho de nossos próprios medos contemporâneos. Por dentro, não estamos todos gritando também?"

O Grito será exibido com uma série de outras obras de Munch, incluindo Madonna, A Dança da Vida e Autorretrato com Cigarro, no Museu Nacional da Noruega em 2022.



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