Caracóis são usados como 'ciborgues' para observar vida selvagem

Pesquisadores da vida selvagem introduziram um caracol invasor chamado de caracol lobo rosado nas Ilhas da Sociedade na Polinésia Francesa, na década de 1970

Caracol | Divulgação-Universidade de Michigan
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Com o intuito de observar o comportamento predatório de uma espécie de caracol sobre outras, cientistas da Universidade de Michigan, nos EUA, adotaram uma estratégia inusitada: transformar os animais ameaçados em “ciborgues”, para que pudessem rastreá-los e estudar como sobrevivem.

De acordo com o The Byte, pesquisadores da vida selvagem introduziram um caracol invasor chamado de caracol lobo rosado nas Ilhas da Sociedade na Polinésia Francesa, na década de 1970.

Em consequência do experimento, o que se seguiu foi um verdadeiro “banho de sangue”, conforme relatou um comunicado à imprensa sobre o novo estudo. Isso porque o caracol invasor erradicou quase todas as espécies de caramujos nativos da área, representando uma perda devastadora de biodiversidade local.

Caracóis estão sendo usados por pesquisadores. (Foto: Divulgação-Universidade de Michigan)

Mas, cinco espécies conseguiram sobreviver, incluindo a Partula hyalina. Agora, por causa da técnica dos “ciborgues”, cujo estudo foi publicado na revista Communications Biology, na última terça-feira (15), os pesquisadores finalmente puderam descobrir como.

Computador M3 foi acoplado aos caracóis

Tanto o caracol predador (o lobo rosado), quanto o caracol presa (o P. hyalina) são noturnos.

De acordo com o estudo, o caracol lobo rosado é mais vulnerável à luz solar do que o P. hyalina, permitindo que este último fique perto das bordas da floresta durante o dia, enquanto seu predador precisa se retirar para as sombras.

Para descobrir tudo isso, os pesquisadores fixaram um pequeno computador chamado Michigan Micro Mote (M3) à concha do caracol lobo rosado e usaram os dados de seus painéis solares como um indicador de quanto de luz solar os caracóis poderiam suportar.

Como o P. hyalina é uma espécie protegida, os cientistas não puderam ser tão ativos na abordagem. Então, eles prenderam o computador nas folhas às quais os caracóis se agarram durante o dia.

“Conseguimos obter dados que ninguém conseguiu obter”, disse o engenheiro elétrico e cientista da computação de Michigan, David Blaauw, no comunicado à imprensa. “E isso porque tínhamos um minúsculo sistema de computação, pequeno o suficiente para se fixar em um caracol.”

Para o futuro, os cientistas esperam que o M3 possa ajudar em outros projetos de conservação, o que significa que mais animais ciborgues podem surgir em breve.



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