Cidade mais cara do mundo está num país subdesenvolvido

A capital de Angola é o lugar com o maior custo de vida do planeta

|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

É comum que um país muito rico tenha cidades onde até a água é vendida como um artigo de luxo. É o caso de metrópoles como Tóquio, Genebra e Nova York. Entretanto, à frente de todas elas, não há lugar mais caro para um trabalhador estrangeiro que Luanda.

Segundo o índice do custo da vida para expatriados elaborado há 23 anos pela consultoria Mercer, a capital de Angola é o lugar com o maior custo de vida do planeta. Na classificação de 2017, ela superou, nessa ordem, Hong Kong – ímã dos milionários chineses –, Tóquio, Zurique, Cingapura, Seul, Genebra, Xangai, Nova York e Berna. São Paulo (27º. lugar) e Rio (56º.) saltaram cerca de 100 posições em relação ao ranking do ano passado, graças à valorização do real no período pesquisado, e se tornaram as cidades mais caras da América do Sul.

O "êxito" mundial atribuído a Luanda não é novidade, pois ela já havia sido a cidade mais cara do mundo alguns anos atrás. Agora, a crise do petróleo e a inflação galopante a devolveram ao primeiro lugar.

A Mercer observa que a causa da carestia na capital angolana se deve aos preços dos produtos básicos e também ao custo da segurança. Angola vive do petróleo, mas só alguns de seus habitantes. É um país riquíssimo, com 20 milhões de pobres. E, dos 25 milhões de angolanos, um terço deles vive em barracos na periferia de Luanda. Segundo o Índice Mundial de Progresso Social, só há três países com pior qualidade de vida que Angola.

No câmbio paralelo de Luanda, um dólar vale 390 kwanzas, a moeda local, o dobro da cotação oficial. Um kwanza não dá para nada. Há algumas semanas, foi aprovado o primeiro salário mínimo único de Angola, no valor e 16.500 kwanzas (330 reais), uma quantia com a qual se pode encher duas vezes o tanque de gasolina de um carro médio. O salário mínimo é suficiente para 30 litros de água, 10 quilos de arroz e 10 litros de leite.

O país vive das exportações de petróleo (93%) e diamantes, mas a maior parte desse rendimento escoa pelo caminho – e não estamos falando exatamente de canos de água, algo inexistente para 50% das famílias da capital. O símbolo da desigualdade do país são a capital e sua baía, berço do império erguido por Isabel dos Santos, a mulher mais rica da África e filha do presidente José Eduardo dos Santos, por sua vez o governante mais longevo do continente, no poder há 38 anos.

Em Luanda os restaurantes são proibitivos para os nativos; os estrangeiros precisam pensar bem, porque o prato do dia em qualquer estabelecimento barato chega a 70 reais. Uma calça jeans custa quase 600 reais, o aluguel de um apartamento de dois quartos sai por mais de 15.000, e não se toma um café por menos de 7 reais.

No extremo oposto de Luanda está Túnis, capital da Tunísia, a cidade mais barata entre as 209 analisadas pela Mercer.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES